sábado, 30 de abril de 2011

Vem comigo.


Amor, não fique triste
A vida é assim mesmo, sofremos sem um por que
Sorrimos sem querer
Choramos por não entender
Partimos para longe antes de pretender

Quem pode curar nossa dor?
Não há outro sentimento que não seja o amor.

O amor de suas diferentes formas edifica e enobrece
Quem é tolhido por ele nunca se esquece.
Pois ele é aquela coisa que no sofrimento amadurece.
É algo forte e vago em sua forma
Venha amor, chegou a hora.
Me de a mão e vamos juntos olhar em outra direção.
Trilhar os caminhos do coração
Pois há muito sentimento em vão.

Ocupação do ócio.

Caminhou até a praça.
Avistou na outra extremidade um banco em uma sombra.
Foi com seu livro até lá, e entretido na leitura relaxou.
Muitas pessoas transitavam.
Precisou se esforçar na concentração.
Barulhos e falatórios.

De súbito parou e olhou os transeuntes.
Notou que respeitando os intervalos, eram sempre as mesmas pessoas.
A variação estava por conta das mãos, vazias ou cheias.
A expressão era sempre a mesma no rosto de todos, preocupação.

Os ônibus paravam a sua frente.
Dezenas de pessoas em pé e outras tantas sentadas.
Os que estavam acomodados simplesmente olhavam a paisagem ou dormiam.
Perdiam assim, uma oportunidade enorme para dedicar-se a leitura.
A leitura em transito é uma questão de costume.

Sempre estava acompanhando de seu melhor amigo, o livro.
As intermináveis filas dos bancos eram a desculpa ideal para a fuga literária.
Os imensos engarrafamentos também exerciam seu papel fundamental.
A demora nos consultórios médicos era um prato cheio para os olhos, ávidos a juntar palavras, frases e dar sentido ao contexto das letrinhas agrupadas.

Tentou não pensar nas questões de organização pública, que deveriam fazer o transito fluir através de transportes de massa de qualidade.
Tentou não pensar no desrespeito com as pessoas em relação a filas; pois havia uma lei quanto a isso, mas ninguém cumpria e ninguém fiscalizava.

Ocioso e privado da leitura seria insuportável e fútil ficar apenas estático aguardando a vez ou a chegada ao destino.

Respirou fundo, balançou a cabeça negativamente e voltou à leitura.
Não sabem o que estão perdendo.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pêndulos

Faz muito tempo nos perdemos de nossa real virtude.
A mesma que tínhamos quando éramos jovens.
Do futuro que projetamos ao sermos questionados no passado, nada restou.
O que você será quando crescer?

Agora que estamos mais velhos, a pergunta é contrária.
O que fizemos de nossas vidas?
O que nos tornamos?
Você é responsável só por você?

Muitas questões, poucas respostas, ou respostas que não completam os anseios da mente.
O que realmente te completa?
Em uma balança, seus atos pedem para o lado positivo ou negativo?

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ótica I

Algumas vezes as portas das oportunidades e considerações se fecham.
Você se sente só.
Como se estivesse andando por uma praia deserta sentindo a brisa do mar contra o seu corpo.
Vento e areia castigando a pele com diferentes intensidades.
Abrasividade.

Talvez este seja justamente o momento de se encontrar.
Reconsiderar algumas questões, algumas ambições, e necessidades, que de repente não sejam de tanta importância assim se analisarmos friamente dentro de outra ótica.

Lembre-se de que quando tudo se acabar para você, o mundo irá continuar de uma forma ou de outra; e suas necessidades enquanto presente serão irrelevantes aos que ainda trilham seus caminhos sobre a terra, seus amigos seguirão e sua família seguirá.

Aos poucos os sorrisos voltarão e você será uma mera lembrança no natal quando derem por sua ausência.

Isso não quer dizer que não se deve lutar pelo que se quer, nem tão pouco desistir.
Muito pelo contrário.
É preciso seguir em frente.
Fazer o seu melhor e ter noção que tudo que é feito certamente afeta o nosso redor em instâncias inimagináveis.

As ações são como ecos...dentro e fora do corpo.
Dentro ou fora de nossas vidas.
Sabendo que o certo é um conceito abstrato, se possível tente conseguir ser você mesmo, obter sucesso e colher amigos sem denegrir ninguém.
Essas ações, por si só já serão muito positivas para a pessoa mais importante na sua história...
...você.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Porta de Entrada

Rio de Janeiro.

Chego ao Rio após uma curta ausência.
Interessante como há coisas com que nos acostumados e parecem ser natural.
Mas não são.
Na calçada da rodoviária, a primeira coisa que percebo e o forte cheiro de urina.
Dou uns passos a frente e percebo somente poluição visual.

Acho o grafite uma Arte.
Os desenhos nas paredes são muito interessantes e tem um grau elevado de contexto social e artístico.
Em alguns lugares do mundo, são valorizados de verdade.
Mas no Rio, o que se vê são rabiscos tortos nas paredes.
Seres da caverna que continuam a transitar na sociedade, e pensam que ao marcar as paredes se tornam notórios.

Interessante como o portal de entrada da cidade é o local mais imundo em todas as instancias possíveis.
Chernobyl deve ser mais bonita hoje em dia. (similar em relação ao abandono)

Para uma cidade como a nossa, que tenta sediar eventos internacionais, ter um rio de fezes bem na frente da rodoviária é uma contradição.

A Rodrigues Alves inteira é uma bosta só.
De uma ponta a outra.
Quando chove, as pessoas se abrigam sob o viaduto, mas a chuva insiste em cair sobre suas cabeças através das rachaduras do concreto, e invadem seus sapatos sem o menor respeito.
O Bairro da Saúde deve ser a capital da Atlântida.

Dizem que vai haver revitalização.
Então é do conhecimento do poder público, a decadência que é o local?
Pergunto-me, porque há tanto descaso?
Sujeira absoluta, poluição visual, cheiro acre.

Com tantos recursos tecnológicos.
As autoridades não conseguem dar conta da sujeira e dos pixadores.
Parece um submundo dentro de um submundo maior.
Caixa de Pandora....

Cidadãos porcos e autoridades despreocupadas.
Sistema falido.
Vão injetar milhões, super faturar bilhões....e esperar a decadência para fazer tudo de novo....e assim segue o ciclo, e assim segue para a Avenida Brasil....ou avenidas do Brasil, onde se anda de bote, desviando dos entulhos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Como o Buarque

Desde novo sempre ouvi, vi e li suas obras, não todas, mas uma parte que achei interessante.
Acreditava no Artista como um ativista político, de grande contexto filosófico.
Retirou-se do país por causa de perseguição política na época da ditadura.

Ele sonhou um Brasil diferente.
Trabalhou em diversos seguimentos e deu forma e conteúdo ao conceito de ser artista.
O que nós vemos nesse âmbito hoje em dia?
Meras interpretações de papéis e personagens....nada mais.
Quem produz arte não tem espaço digno na mídia; talvez seja por que não esteja tão preocupado em agradar a sociedade ou capitalizar através de produtos que vendam para a massa...

O fato que após o auto-exílio fora do país, essa mesma pessoa vive hoje a mesma fase dentro de nossas fronteiras.
Talvez ele tenha se cansado, sonhou e compôs para as paredes, foi perseguido e por fim não ouvido, se consumiu e partiu para a reclusão.
É melhor ficar em casa...receber os que se interessam e deixar que as diferenças sociais se consolidem cada vez mais... e que os ricos sejam sempre a menor parcela da nação...
A mistura na multidão causa diluição dos interesses da causa.

Simbióticos.

As relações são fundamentadas em trocas.
Acredito que essa história de não esperar retorno é mera balela demagógica.

No âmbito profissional esperamos sempre por políticas de reconhecimento, seja no seguimento financeiro ou motivacional, a falta de um deles gera um processo degenerativo...insatisfação.
Você dá seu sangue dia a dia, e não recebe em troca nem mesmo um “muito obrigado” e ou algo que se assemelhe...

A simbiose é um exercício de aceitação e equilíbrio.
As partes envolvidas devem estar em revezamento constante entre hospedeiro e parasita.
Quando há desequilíbrio, fatalmente uma das partes míngua.

O s relacionamentos humanos são os mais curiosos.
Penso que em parceria, o resultado é gratificante para um conjunto que vai além dos diretamente envolvidos nessa química.

Não sei por que pessoas como Yuka e Marcelo quebram um trabalho tão contextual.
Penso em Charles e Erik Magnus, que embora sejam fictícios, são dois lados de uma mesma moeda que lutam por um objetivo único, mas empregam meios diferentes de atingir o mesmo fim; e até então a vitória não chegou para ninguém.

Ordem através do caos x Harmonia como fator de ordem social.

Roberto e Erasmo marcaram uma era dando o recado do modo deles.
Milhares de pessoas contextualizaram e viveram experiências baseadas em suas obras.
Outras tantas criaturas clamaram pelos irmãos Gallagher, que nunca esconderam o gigantesco egocentrismo que permeava tudo o que tocavam ou tocam....no sentido físico e musical.

Nota-se então que em alguns casos há uma simbiose deficiente, e em alguns outros, ocorre uma justa posição da soma dos elementos e neurônios empregados para conceber uma composição harmônica.
O resultado obtido, tanto na simbiose saudável quanto na teoricamente deficiente, é o legado que fica, seja ele qual for dependendo da forma que se entenda e cultura empregada para tal.
A diferença então entre outros conceitos fica basicamente no tempo de duração da química sem a falência de um dos lados.

É mais fácil pensar no contexto de parcerias desfeitas do que nas que se perpetuaram.
A natureza humana é inconsistente e vaidosa.
Quando se trata de dividir, as prioridades sempre fluem em um sentido só.....o sentido individual.

Juntos produziríamos infinitamente mais.
Sozinhos, somos meros personagens desempenhando papéis irrelevantes...e acabam por se cansar....como o Buarque...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mecanismos

Tudo o que produzimos é alimentado por mecanismos.
Os mecanismos dos carros, com sub mecanismos de catalisação, combustão, explosão, em fim...mecanismos e engrenagens.
Antigas ou modernas ainda assim engrenagens que formam os mecanismos.
Repartição de átomos, partículas subatômicas, são produtos gerados através de processos mecânicos inventados e alimentados pelo homem.
Políticas de opressão também são mecanismos de controle da massa.

Nosso corpo funciona em tese no mesmo esquema.
O mecanismo físico é alimentado por exercícios motores, que refina e acentua a força e a coordenação, o mecanismo do metabolismo dita a sua silhueta para o bem ou para o mal.
Se bem treinado o resultado obtido é muito satisfatório aos olhos e bem estar.

Mas e quando falamos de nossas mentes?
O que alimenta nossas idéias e faz nossas sinapses zunirem de bons e maus pensamentos?
Temos propensões químicas fragilmente equilibradas e o excesso pode te conduzir a caminhos sem volta.
Tento alimentar meus estímulos elétricos com bons fluidos para amenizar minha natureza destrutiva.
Nem sempre dá certo.

O Mecanismo de compensação do cérebro.
Esse é o mais dinâmico e insuperável que existe.
A inteligência artificial, não é nada sem a mão do homem.
Mesmo essa fantástica máquina orgânica é carente de estímulos, e freqüentemente clama por recompensas, sejam nos atos ou nos prazeres.
O bem estar gerado pela mente pode tornar uma pessoa dependente de algo, e a abstinência do mesmo item é um amargo remédio quando o cérebro clama por produzir alquimias.
É preciso tomar cuidado, pois fatalmente o resultado que emergirá com a possível falta e ou o excesso de determinados componentes, poderá trazer desequilíbrio a vivencia e desequilibrado o homem é uma arma mortal.

sábado, 16 de abril de 2011

Se propaga no vácuo.

Não importa onde.
É cada vez mais raro ouvir o som do vácuo.
Este que se traduz em simples silêncio, o nada.
Acordamos e o ruído ao redor esta presente.
Às vezes esqueço-me do reconfortante som do vazio.

Barulho de motor, buzinas, engrenagens, gente.

Mesmo quando você não quer ouvir rádio, alguém te força tímpano adentro os ruídos que saem dos seus fones.
Violência auditiva constante.

Se quiséssemos aquilo naquele momento, provavelmente estaríamos em um coral cantando em uníssono ou em uma quadra de alguma agremiação.

Em ambientes fechados, muitas vezes é impossível ouvir a própria voz se não gritarmos.
O Almoço em restaurante é uma verdadeira feira, e não são burburinhos.

Notei que alguns apelam para a apnéia voluntária.
Submerso o som é nulo.
Mas tome cuidado, pois como tudo que é bom, a duração é pouca.
Fique atento, e por mais que queira suba para respirar.

Enquanto isso coloco as mãos em concha cobrindo os ouvidos.
Como um desajustado na multidão se desgarrando do rebanho vou seguindo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

CONSTRITOR

Carregou dois sacos de gelo para a antiga banheira.
Postou o conteúdo das embalagens juntamente com a água que preenchia metade do recipiente.

Despiu-se, olhou para o interior durante alguns minutos
Tinha significativas olheiras de panda em sua face.
Pensou no efeito do gelo em suas partes intimas.
Sentiu calafrios, com o prenuncio do que iria fazer.
Colocou um dos pés na água em seguida o outro.
Dormência.
Mergulhou todo o corpo de uma vez e deixou apenas o nariz para fora.
O coração gritou e bateu ainda mais forte, clamando pelo calor ambiente.

Ignorou os efeitos iniciais e concentrou-se em uma tela branca.
Não queria fixar os pensamentos em nada, somente no branco, no vazio.
Liberou a mente dos pensamentos que o atormentavam.
Sentiu suas veias rejeitarem a temperatura, mas em seguida estabilizou-se.
Resistiria.
Em segundos seu corpo tendeu a reagir negativamente.
Espasmos e mais espasmos...
O clamor era desesperador, necessitava a qualquer custo sair dali, no entanto, manter-se ia o quanto fosse capaz.
A hipotermia já era quase que absoluta e não havia alternativa, sendo assim, lançou-se para fora.
Tremia incontrolavelmente, seus braços pareciam epiléticos, precisava de uma toalha e uma dose de vinho, estava vivo, muito mais do que antes.

Percebeu então que ainda não estava pronto, precisava de outros ensaios até definir a melhor forma de cumprir seu intento destrutivo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

NO TOPO DA CADEIA.

O Homem apesar de não saber voar, mergulhar a grandes profundidades, suportar frio ou calor intenso, é ainda assim, uma das máquinas mais perfeitas do universo, isso do ponto de vista evolutivo.

Deus, Darwin, Marcianos, Maomé, Buda.... seja lá qual for a origem filosófica da criação em que se acredite, há de se ter orgulho da mesma.

No entanto, quando olhamos mais de perto, esta maravilha derivada de alguma divindade ou combinação química talvez acidental, se torna o mais incrível predador do universo.
Fere a atmosfera, polui os mares, o solo, desmata e caça tudo que é irracional.
Mas este ato não é irracionalidade?
Será por isso que matamos uns aos outros também?
Matamos o que não compreendemos ou não aceitamos, ou até mesmo o que não nos aceita ou percebe da forma que acreditamos que piamente sermos.
A morte pode ser física ou sentimental e em ambos os casos o resultado é o mesmo....
Ausência, extinção.

sábado, 9 de abril de 2011

Canino

Estive pensando sobre os cães.
Não tenho cachorro.
Mas admiro a capacidade deles no aspecto de ser amigo.

Os cães de uma maneira geral, sem a interferência do homem na genética, são verdadeiros companheiros, eles honram de longe os dizeres de “na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença”.
Estão ao nosso lado nos melhores e piores momentos

É uma sacanagem quando nos referimos a pessoas como cachorros, usando o nome de maneira pejorativa.
É uma sacanagem com os cães, é claro.

Neste devaneio imaginei como é irônico que justamente o ser mais dócil, e mais companheiro, seja um dos principais transmissores da Raiva.
A raiva torna você um monstro, transtorna sua essência.
É uma grande injustiça com os caninos.

Talvez, esta seja a forma sutil de sabermos que mesmo o melhor dos seres pode sofrer de um mau transtornador de personalidade, a boa noticia é que tem prevenção, no caso dos animais a vacina é eficaz, é só aplicar com regularidade.
No nosso caso, o auto policiamento pode nos ajudar a prevenir possíveis lapsos transtornadores.
Estou tentando

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Força na incompreensão

Não é por que não somos entendidos que estamos fracos.
A luta continua com foco e força no dever de ser correto.
É impossível ser 100% mas devemos tentar.
Mas em caso de erro, podemos tentar seguir o caminho da humildade.
O que muda em tese em cada caso é a batalha que escolhemos nos envolver, e os percalços que ignoramos ao longo do caminho.

Alguns não querem ser ajudados, outros refletem uma imagem de si mesmo diferente do que o mundo percebe.

Continuaremos lutando as boas lutas.
Seguiremos com fé no que acreditamos.
Mesmo que sejamos sempre vistos como párias, estaremos firmes.
Talvez sejamos projeções do que os outros almejam.
Por isso somos depreciados de quando em vez.
Muitas teorias desconexas.
Acredite em você.
É o q vale.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Silencio no Limbo

Sigo em direção ao carrossel.
Percebo então a similaridade dele com a vida.
Rodamos mais rapidamente ou mais vagarosamente, no entanto, sempre passamos pelos mesmos pontos, mudam os cenários, mas as questões são sempre as mesmas.

Escrevo palavras em letras grandes em uma folha em branco.
Escrevemos a vida em um futuro em branco.

Estariam todos os acontecimentos previamente definidos antes mesmo de cada passo?

Colo a folha com as palavras em um poste próximo.
Percebo que não sei que palavras foram escritas por mim.
Subo no carrossel.
Fixo o olhar na folha e o carrossel gira.

Aos poucos a rotação aumenta.

O foco do meu olhar é perdido
Não vejo nada além de borrões.
A leitura é impossível.
Tudo se perde a medida que o tempo e a velocidade do giro aumentam.

Como na vida, o objetivo primário se perde ao avançarmos.
O destino é incerto, e as palavras ditas ou escritas no início se perdem no contexto mundano.
A importância inicial é questionada, sua própria importância é subjetiva, irrelevante.
Esforçamos-nos, mas somos menos do que nada.

A inércia quer me jogar para fora do carrossel.
Apego-me ao que consigo.
Não posso me deixar ser arremessado.
Não é o momento, ainda não...

Minhas mãos estão cansadas e pouco a pouco cedem à força dispersiva.

Vôo para o vácuo.
A sensação é como mergulhar em águas cristalinas.
Imerso o mundo parece turvo lá fora.
Antes também era assim, nunca foi possível ver nada claramente.
Mas, agora é diferente.
Os sentidos estão em uma espécie de dormência.
É Silencioso.

A luz acima parece um caminho natural a ser seguido.
Mas se isso é morrer, por que percebo a escuridão a minha volta?
Oprimindo-me à medida que o ar se esgota.
Meu peito dói estou arrítmico.
Busco desesperadamente a luz, mas o que me alcança é o breu, e o que eu ouço é o silêncio, o eterno nada.
Volto à posição fetal e a consciência se esvai.
Para sempre.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Keep Walking

Não, não é apologia a bebida.

O cerne da questão é, mantenha-se andando.
Mantenha-se de pé e siga em frente não importa os percalços no caminho.
Dedique-se a ser o melhor dentro das suas possibilidades.
Tenha honra, seja amigo e verdadeiro.
Alimente suas convicções positivas e lute pelo que acredita sem que para vencer, você tenha que pisar nas pessoas.
Pessoas não são alicerces, podem ser amigos participativos, ou alienados distantes da realidade, mas nunca, serão responsáveis pelo que fazemos ou deixamos de fazer.
Você é o seu norte no que tange o certo e o errado.
Voce é o privilegiado no acerto, ou recorrentemente errado no fracasso.

Mantenha-se erguido, e confiante no seu potencial.
Você sempre poderá fazer melhor.
Não se deixe abater, é normal tropeçar vez ou outra.
Algumas questões são meramente subjetivas e não cabe a ninguém questionar, o certo o errado, ou a razão de ser feito, só voce sabe e pesa as suas atitudes.
Mas é preciso ter humildade no erro e no acerto.
No fim, quem sorri é você, quem chora é você, e nem sempre há quem nos congratule ou apóie seja qual for o fato, principalmente na derrota.
Na vitória, tapinha nas costas é muito bom, na derrota os valores são outros.




sexta-feira, 1 de abril de 2011

B@bel

Curioso como as coisas são.
Algumas mentes combinadas poderiam revolucionar a medicina a filosofia e ou algo onde fosse aplicada a intensa dedicação dos pensamentos.
Combinação de sinapses, combinação de atitudes, falar a mesma língua com um propósito maior.

A racionalização dos acontecimentos por sua vez acaba por afastar as pessoas.
É um intricado sistema de narcisismo.
Exagerada valorização das próprias idéias contra a produção de idéia nenhuma.

Não sei bem, talvez os alfas tenham polaridades invertidas e não consigam dividir o mesmo espaço.
Então ocorre o isolamento, não só um do outro, como também deles com a sociedade de um modo geral, e desta forma todos perdem.

Enquanto isso, a massa se une através de futilidades.
Modismo, comodismo, batuque, dinheiro e sexo.

O ato de pensar, ou questionar o que é tido como verdade gera conflito e distanciamento; não só entre os que pensam que pensam,  mas também os que realmente não se importam com nada.
Tudo parece ser sem sentido, falamos o mesmo verbo mas o entendimento é falho, por muitas vezes impossivel de compreendermos uns aos outros.
Diferentes pessoas, diferentes culturas, diferentes motivações, diferentes razões de ser o que somos.
Paradoxo.
O pensamento deveria unir as pessoas em prol de um bem maior.
Achar a cura do câncer, buscar soluções para barrar a omissão do Estado, se rebelar, revolucionar.
Todos interagem mecanicamente, não estão realmente interessados nas trivialidades mundanas desde que garanta sua fatia no bolo social.
Talvez sejamos todos autistas natos por voluntariado, cada um a seu modo.
E vida que segue....