quinta-feira, 28 de julho de 2011

Curtindo a brisa

Agina estava estressada.
Passou boa parte da semana ruminando seus rancores.
Por fim não havia outro jeito.
Decidiu que o fim de semana seria só seu.

Rumou para um sítio afastado
Adentrou pelo bosque e caminhou pelas sombras das árvores.
Seu coração pesado começou a ceder.
O sol adentrava pelo vão das folhas na copa das árvores.
Eram raios precisos de calor em direção ao solo.

Ela respirou fundo.
Estendeu uma toalha no chão e deitou-se no solo.
Olhou para o céu de límpido azul entre as folhagens.
O vento impunha suaves e constantes movimentos nas folhas e galhos ao alto.

Fechou os olhos por alguns instantes e deixou o pensamento fluir.
Branco infinito, azul infindável.
Frescor....
Bondade absoluta.

O bem e o mau não existiam naquele momento, somente o sentimento de existir e desfrutar de paz.

Limpou a mente e deixou o mau fluir para o vácuo.
Pensou nas pessoas que desgastaram seus dias.
Analisou as próprias atitudes.
Chegou a conclusão que a vida estava banalizada.

Amor, bondade e amizade estavam perdendo o espaço para a luxúria e o egoísmo....
Abandonou as ponderações e em sua forte imersão desfaleceu sua consciência mesmo sem querer totalmente isso.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sindrome de Copérnico

Às vezes é preciso reconhecer que não somos o centro das atenções.
Podemos chegar eventualmente a determinadas conclusões que podem nos levar a crer nisso, mas a realidade deve ser encarada com frieza para não alimentarmos decepções.
A banalização da amizade e de conceitos morais nos faz substituíveis na maioria dos casos.

Nem tudo que nos cerca tem relação direta conosco, cada criatura segue sua própria trajetória e volta sua atenção para aquilo que lhe convém.
Achar que determinadas situações acontecem por nossa causa, é ser um tanto quanto pretensioso.
É claro que vez ou outra, estaremos inseridos no cerne de importantes questões, e nossa opinião será crucial, ainda mais quando há pessoas que podem não querer assumir determinadas atitudes e responsabilidades inerentes a elas.
No entanto, é preciso ter ciência que o mundo não gira ao nosso redor.
O universo pode até conspirar contra, ou a nosso favor, mas não em função do nosso sentido existencial.

Para estarmos ligados a algo, é preciso mais do que palavras soltas, são necessárias ações efetivas.
É muito importante observar a força contrária que é manifestada no “querer algo”, do lado oposto pode haver um repúdio natural...imãs de polaridades invertidas.
Você é desejado pelo núcleo gravitacional que orbita?
O que sua força de gravidade atrai, para o centro do seu universo?
Quando as pessoas pensam em você qual será a imagem que se projeta?
Talvez sejamos corpos celestes dispersos vagando no vácuo do espaço sideral....
Mas o universo esta sempre em expansão, novas estrelas nascem todos os dias, pode ser que em um determinado momento, ocorra uma justa posição de fatores que resulte em uma galáxia inteira só sua...será?
Vai ver que é melhor ter um satélite natural, 100% dedicado a você, mesmo quando você não esta muito atento aos eventos que lhe cerca..

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Amy Abreviada

Escolhemos o que queremos fazer de nossas vidas na maioria das vezes.
Traçamos metas desenvolvemos planos.
Esperamos um dia alcançar os objetivos propostos e ou chegar bem perto disso.
Em meio à turbulência cotidiana, enviamos sinais, que muitas vezes são pedidos de ajuda, outras são vezes são declarações de guerra, ou sublimes expressões de puro amor.

É complicado perceber a diferença entre os atos, argumentos e sentimentos e tratá-los adequadamente.

Cara Amy, você com todo seu talento não deu vazão a um terço do seu potencial astronômico.
Suas composições ainda seriam melhores e tratariam de outros temas de maneira belamente lírica.
Imagino que você enviou sinais berrantes de SOS, no entanto, a pessoa mais importante não conseguiu ouvir o seu clamor.

Na solidão de seus pensamentos, suas células clamavam por um complemento químico que nublava sua visão ao invés de expandi-la, talvez por isso não obtivemos o privilégio de termos mais discos seus.
Quando o que te da prazer te poda de alguma forma, talvez seja a hora de rever alguns conceitos...

Você gritava, mas sua voz não chegava a você mesma, não fluía para o seu interior debilitado.
Talvez os sons chegassem sim, e estejamos errados.
Só que você escolheu ignorar.
Você escolheu sim, viver intensamente o pouco que suportaria desta vida estúpida, mesmo que esta decisão abreviasse o tempo de viver.
Um paradoxo letal.

Claro que ninguém precisava te convencer.
Sou contra ao convencimento alheio.
Cada um deve ter a convicção do que faz e motiva sua própria vida.
É possível que algum amigo nos mostre vez ou outra o caminho que estamos seguindo.
Mas cabe a cada um de nós a responsabilidade prosseguir, e ser responsável pelas possíveis conseqüências de nossas ações.
No seu caso, a mais cabal possível.

Não vivemos para agradar ninguém.
É lógico que não precisamos provar nada aos que não estão convencidos.
Por outro lado, é necessário parar no cruzamento e desacelerar, mesmo que seja momentaneamente para logo seguir em frente, pois não é permitido parar.
Parados, seremos atropelados de uma forma ou de outra.
No entanto, precisamos escutar nossa própria voz, tentar ter o controle parcial de nossos atos, ainda mais quando percebemos que somos dependentes de alguma coisa; pois quando o equilíbrio entre prazer e dependência é quebrado....a tendência é o fim a curto prazo, seja em qual seguimento for, seja da forma que for.

O Homem é o único ser consciente do que é existir, por isso, quando estiver lúcido, escute-se.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Não me amole

Se eu perder minha mente.
Se eu perder a razão do meu pensar.
Disser coisas sem sentido
Por favor, não chame um médico.
Deixe que eu fique desta maneira.
Sempre fui assim, apenas se tornou mais evidente.
Talvez signifique que minhas sinapses se cansaram e não emitem mais os sinais de coerência que todos esperam.
Mesmo que eu volte não serei o mesmo, mesmo que eu olhe para você, meus pensamentos estarão trancafiados no limbo da minha rede neural.
Permita que eu em fim descanse e me torne apático.
Não enxugue o canto da minha boa, desta forma não ressecarei totalmente, tire apenas o excesso, tenha cuidado comigo, mas não me acorde do meu sono de olhos abertos contemplando o infinito.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Faça seus planos

Seja justo consigo mesmo e permita-se sonhar.
Saiba que por trás das mascaras, as pessoas simplesmente tentam desacreditar você.
Não permita isso.
Como em uma peça teatral, os atores de nossas vidas esperam apenas uma deixa para prevalecer em cena.
Isso acontece principalmente quando erramos...

Sempre há alguém espreitando por trás das cortinas do espetáculo do viver...
Sempre há a porra de um “janeludo” carniceiro esperando o seu tropeço.
Sempre há pessoas que não produzem matéria prima...apenas se aproveitam do restos deixados para trás...

Por isso, faça seus planos...
Sonhar é o que nos motiva a levantarmos da cama todos os dias.
A esperança é o maior aliado dos sonhos.
Em uma sociedade egoísta e hipócrita, temos que nos resguardar e ter cuidado com os que nos cercam.

Dê apenas uma oportunidade e você verá a injustiça sendo feita.
Por isso, faça seus planos...
Tenha calma e perseverança, se você assumir o controle, embora controlar seja um conceito subjetivo, você irá prosperar.
Não tenha pressa, faça bem feito para fazer apenas uma vez, o tempo pode se tornar seu aliado na fixação dos alicerces....
Ao passar dar horas, angariamos cada vez mais experiencia.
Vamos lá...acredito em você.
Faça seus planos.

Acredito que se houver dignidade e não pisarmos em ninguém, em algum momento o objetivo será alcançado....
Muitas vezes, a imagem da vitória não é da forma que pintamos, mas sem sombra de dúvida é possível alcançarmos, e com boas fundações conseguirá ser mantida indefinidamente.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Estilhaços

Então fica sempre a mesma sensação.
O vazio consumindo e deteriorando as edificações.
As fachadas caem e recebem novos embolsos todos os dias a todo o momento.
São como maquiagens para manter de pé construções que não podem cair jamais, pois delas dependem varias criaturas.
Uma imensa cadeia onde tanto a estrutura quanto os viventes se interdependem.

Uma vida inteira dedicada a não compreensão.
O Amor que deveria ramificar se fecha gradualmente como uma flor congelada, e que não desabrochará jamais.
Se queima pelo tempo cronológico, pelo calor e o frio.
Faltam condições ideais para florescer, frutificar.

Seguimos nossas vidas imitando a natureza, afinal, somos parte dela.
Somos uma imagem turva do potencial de tudo que poderíamos ser e não conseguimos alcançar, talvez por medo.
Um reflexo do viver em um espelho rachado pelo ego.
Depositamos em nossos filhos uma responsabilidade maior do que podemos suportar e os tornamos os elos das correntes que nos prendem ao solo, como as raízes de flores que não floresceram plenamente.

O solo que te alimenta também te leva pouco a pouco ao colapso, te puxa para baixo exercendo inexoravelmente o poder da gravidade.
Neste caso, o solo deveria ser o amor incondicional, a parte maior de tudo, e que sem dúvida deveria cobrir a terra oferecendo condições para a vida em sua totalidade....
Algumas vezes assim como o solo, o amor se deteriora e se percebe contaminado.
É preciso coragem para admitir e iniciar um vasto processo de purificação.

Sair da entropia.

As idéias e as ideais ficam esfumaçados e não conseguimos ver um ao outro através da densa camada que camufla nossas formas reais.
Estamos transfigurados pelo circo do horror que absorvermos através da nossa retina.
Ficamos frios e embrutecidos, estáticos como um vegetal.
A vida pulsa, mas a expressão dela é singela.
É preciso sensibilidade para perceber certas formas de amor.

E seguimos vivemos dia a dia a destruição de nossas vidas sem saber ao certo o que fazer para reverter o processo.
Os anos passam, renovações vêem e vão, e permanecemos a deriva na atmosfera a mercê do tempo embora presos ao solo paradoxalmente.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Seguimos buscando...

Buscamos sempre uma forma de entender o mundo exterior, entender as pessoas e as motivações por trás dos atos que percebemos ao serem perpetrados.
Não se trata de perceber só como bom ou ruim.

E embora pensemos saber ou acreditemos que dominamos algo ou alguém, nos damos conta de que por muitas vezes, algumas atitudes levam a um beco sem saída, ou a uma passagem tão estreita que é necessário filtrar a avalanche de pensamentos que nos perseguem.

Talvez seja o mundo exterior que nos espreite em busca de atenção e compreensão, e a forma dele demonstrar isso, seja através da truculência, através da opressão vil que nos chega a cada segundo através das fontes mais inesperadas, ou não tão inesperadas assim.
Esperamos sempre ser atingidos por alguma coisa, só que em alguns casos custamos a crer que realmente vá acontecer, e quando nos damos conta, já é tarde de mais, e só nos resta indignação.

Fica claro em algum momento que não podemos deixar que o exterior modifique a nossa conduta negativamente, podemos agregar valores, mas precisamos ser fortes e negar toda e qualquer ambição negativa que nos faça ser de certa forma, cruéis e mesquinhos principalmente com aqueles que mais precisam de nós e amamos.
Quando o externo começa a modificar nossa forma de ver os problemas e as pessoas, maculamos a essência do nosso ser, arranhamos profundamente toda a bagagem que acumulamos ao longo dos anos em razão de momento negativo que persiste em nos degradar, insiste em nos persuadir manchando o caráter de quem se deixa vencer exibindo sinais distorcidos com respostas grosseiras e inúteis na resolução dos problemas que nos cercam....