Onde estou, com
frequência me sinto um abduzido ao contrário...
Colocado em
um ambiente, mas nunca camuflado na paisagem....
Não consigo
ser “uma garça entre as garças”.
A todo o
momento, me sinto vigiado, confinado em um ambiente hostil.
No entanto,
restam sempre dúvidas.
Apesar de
não haverem barreiras visíveis, de que lado das grades eu estou?
Posso ir à
qualquer lugar...mas dificilmente estou só, e quando estou, tenho medo dos que possam vir em meu encalço.
Quando olho
o horizonte, estou inserido ou não em tudo que esta ao meu redor?
A
socialização vem e vai, fazer parte é uma necessidade que se esvai.
Tudo anda tão desinteressante...
Rotina massacrante em meu espírito dissonante.
Como visita em
dias predeterminados aos que estão sob a custódia do Estado.
Não na hora que queremos, ou sentimos querer...
Horas pré-agendadas,
tempo limitado, tudo sob os olhos de alguém na verdade intangível.
Nada parece natural.
Corpos em um paiol.
Já que temos
mesmo que classificar ou sermos classificados
acho que os valores que me
rotulam, de fato não têm tido uma cotação muito boa no mercado.
Estou no lugar errado.
Mas errado aos olhos de quem?
retorno ao começo em busca de respostas que talvez nem existam...
....onde
estou, com frequência me sinto um abduzido ao contrário...