sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ponderando

Então o tempo vai passando.
Aprendemos e desaprendemos diversas coisas pelo caminho que seguimos.
Agregamos e perdemos valores essenciais.
Somos responsáveis por nossas escolhas e pelos conseqüentes resultados delas.
Alimentamos sonhos e lamentamos as decepções.
Amamos algumas pessoas, animais e objetos.
Não necessariamente nesta ordem, nem com a mesma intensidade.
Odiamos outras tantas coisas com igual vigor.
Para alguns, ódio não seria a apalavra certa; mas talvez, sejamos ou tentemos ser no mínimo indiferentes aos que não somam nada em nossas vidas.
Quando somos lembrados, é sinal que temos certa participação na vivencia de outras pessoas...consideramos e somos considerados.
Não se trata de participação boa ou ruim, certa ou errada.
Agimos de acordo com nossas ações e personalidade.
Seguimos lado a lado...com maior ou menor influencia.
Como em um gráfico de altos e baixos.
Somos o que?
E lutamos contra quem?
Quanto daquele adolescente ainda temos em nós?
Quanto daquela energia crescente, e desafiadora do mundo ainda salvamos em nossas baterias?
Quando olhamos nossos filhos ou entes queridos, qual será a imagem que eles fazem de nós?
Loucos tarados encachaçados e egoístas?
Pai ou mãe herói?
Todos temos nossas batalhas pessoais
Principalmente quando decepcionamos a nós mesmos, e arrastamos tudo ao nosso redor no vácuo de nossas ações...pensemos a respeito.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Bi polarizando

Meu coração bate apressadamente.
Sinto raiva e angustia.
Pensamentos chegam entrecortados.
Eles vão e vem sem foco.
A Vontade de quebrar todas as barreiras e pessoas no caminho predomina.
Atirar em saraivada.
Bater sem cessar.
Ser constante, um ser errante.
Um Titã furioso e ignorante.

Logo me acalmo e minha cabeça se alivia.
Tento ao máximo ser uma criatura pacífica que acredito ser.
Sempre me questiono.
Sempre tento saber quem eu sou de verdade quando explodo ferozmente sem medir conseqüências...
...sem pensar.
Meu coração agora bate rítmica e confortavelmente.
Busco o equilíbrio.
Sou bom, somos bons.
Não posso, não podemos deixar que nossa personalidade seja maculada pela dura paisagem, por fatos ou pessoas que não nos agradem.
Elas são apenas gado de passagem pela pastagem.
Não se importam com nada além delas mesmas.
Seguem se alimentando de tudo e todos que cruzam seu raio míope de visão.
Mas nunca sabem o real motivo de eventuais infortúnios ao longo da limitada vivencia e não raramente se vêem vitimadas por motivos sem explicação.

Meus pensamentos tornaram-se mais tranqüilos e a raiva é só algo latente na mente.
Serenamente quase durmo bloqueando os sons da selva de concreto e aço.
Imagino que não existem pessoas feias em suas aparentes personalidades egoístas e sou capaz de sorrir com sinceridade nem que seja por um instante.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Aditivo para os olhos

As imagens sempre brotam sem parar na minha mente conturbada.
São formas abstratas, frutos da minha imaginação acelerada.
Meus olhos perdem à todo momento o foco da beleza exagerada na estrada a cada piscada.
São muitos os detalhes que existem no mundo.
E no meu estado moribundo, me sinto poluído e imundo.
Sou o tosco, o reflexo do mundo.

Resolvi por lentes de contato.
E deixar de lado os tons abstratos.
Posso ver cores e formas mais claras em um mundo embaçado.
Vidros estilhaçados.
É bom ver tons diferentes.
Um colorido surpreende, em uma sociedade descrente.
Já me acostumei com as cores frias de nossas vielas
E com a apatia das pessoas que vivem nelas.

Colocar as lentes para ajudar a enxergar, foi como tirar uma película que cobria o olhar.
O irônico foi utilizar um artifício material para enxergar o mundo de uma maneira mais legal.
Mais físico e não tão virtual.
Utilizar de meios para apreciar melhor o que há de se enxergar.
A poeira deu lugar a cores vivas como o azul do céu ou o verde do mar.
E lá se foi o cinza do concreto.
Sinto-me até mais desperto.
Me expando ereto e a preguiça sai de perto. 

Percebi o céu azul infinitamente maior do que as nuvens dispersas no firmamento.
Vi a tonalidade das Iris das pessoas que passavam por mim absortas em pensamentos.
Estava achando que nesta primavera haviam poucas cores, e as raras árvores eram cinzentas.
Entretanto, com as lentes, vejo o tom verdejante das folhas, e a vivacidade das contáveis flores da cidade.
Elas seguem resistindo ao ser destrutivo que é o homem.
Um dia até mesmo estas poucas somem.

Alimento meus neurônios com um pouco disso e me permito ter esperança.
Esqueço-me das coisas negativas e volto a minha atenção para a época que era criança....inspiro e expiro.
Respiro longa e profundamente por diversas vezes.
Renovo o Ar em meu sangue e faço minha própria fotossíntese.
Reforço a fé no que eu já nem sei...
Talvez com esperança possa sonhar.
Por enquanto vou me enganar, não vou gritar e nem esbravejar.
Vou deixar as lentes aqui no mesmo lugar.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Quando tudo for abaixo

Vejo os valores éticos tornando-se rarefeitos.
Acordo e da janela observo a poluição palpável.
Crianças andam a esmo pelas ruas sem um direcionamento concreto e ou quem as resguarde.
Logo cedo o barulho já é ensurdecedor em toda parte.
Degeneração áudio-visual crescente em toda parte.

Como podemos fazer com que tudo entre nos eixos?
O caminho da paz não esta surtindo resultado.
Mas não posso ficar aqui parado.
Vendo o mundo em seu estado já degradado.

Será que teremos que por tudo abaixo?
Explodir as estruturas atuais e começar tudo de novo?
Talvez só assim, possamos então ver o verde emergir do cinza atual.
O cinza que vem não só da paisagem, mas também das pessoas em geral.

Acredito na vida.
Na germinação de pessoas e ideais.
Não nascemos com a nossa índole maculada.
Nós a manchamos ao longo da estrada.
Somos induzidos de maneira subliminar a nos acostumar com as tragédias e os fatos que parecem ser impossíveis de mudar.

Quem sabe se quebrarmos tudo, poderemos, em fim, renascer.
Talvez só desta maneira, consigamos perceber de diversas formas o florescimento de uma nova humanidade.
Teremos enraizado valores que vão além da promiscuidade.
Veremos mais além de simples vantagens unilaterais.
Fortaleceremos nossos ideais como jamais ousamos sonhar.
Esqueceremos o que significa “auto-beneficiar”.
Teremos pessoas mais focadas em não tirar vantagem de tudo e todos.
Poderemos nos doar.
Não teremos medo de errar.
A generosidade será apreciada como qualidade e não como fraqueza.
E o silêncio terá seu valor reconhecido por sua grandeza.

Mas para isto acontecer, será que teremos que acelerar o processo e destruir tudo?
Existe essa necessidade?
Esfacelar todo o verde, todo o concreto, rasgar a carne dos animais rasgar nossa própria
carne em um ato de insanidade?
Temos que chegar ao fundo do posso para escalar de volta até a superfície e encarar a realidade?

E neste processo, o que nos tornaremos em nome de uma teórica verdade?
Talvez a semente já nasça maculada pelo mal e esqueça o significado de ser ter um ideal.
Quem sabe cura nunca venha.
Mas haverá quem intervenha.
A violência será a solução?
O caminho da destruição não pode ser a única opção.
Não posso desistir.
Vejo cenas horrendas em minha mente e tento reprimir.
Será mesmo que temos que quebrar tudo para recomeçar a arte de existir?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Infanto II

Já que vivemos apenas um período curto da vivencia como criança.
O que precisamos é no mínimo esperança.
É justo que vivamos com pleno esplendor.
Por que sofrer previamente com a dor?
Tudo tem seu tempo e sua cor....
E deve ser vivido intensamente sem sofrimento.
Sabemos que a maldade existe.
Não podemos negar que com isso, há quem se excite.
Criança deve ser criança!
Por assim ser, neste curto período de viver.
Claro que quero ver o sorriso sardento, sincero, e sem nenhum adendo.
E claro também nenhuma delas sofrendo.
Talvez apenas isso seja o total do meu curto entendimento.
O resto certamente são apenas nuances para não deixar que o mal os alce.
Pois se perdida a ingenuidade da imaturidade....seremos adultos de verdade.
E adeus a oportunidade de viver sem maldade uma vida de verdade.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Jobs - fim de uma era.


A síntese da mente criativa.
Criar conceitos e transformá-los em matéria.
Fazer parte da história com idéias e ideais, onde a sociedade esta desgastada e trabalha sempre fluindo para a mesmice, é sempre bastante complicado.
A maior parte dos conceitos práticos que utilizamos hoje foi idealizado por alguém, e seguido posteriormente por milhares de outros, seria algo como “o mesmo item” variando a marca e o formato milhões de vezes....clones.
Mesmo travando sua própria luta contra o fim eminente, ainda temos a capacidade de criar quando os neurônios são alimentados corretamente, quando focamos um objetivo....quando somos determinados.
Os resultados nem sempre são tão aparentes, mas ainda assim, estão lá para os poucos que conseguem perceber.

O criador da matriz da matéria se foi.
A grande ironia é que o invólucro do grande criador deixou de existir...mas a matéria criada perdurará.
Talvez ele continue criando, talvez esteja continuando seu trabalho em uma instancia que não consigamos perceber dentro do nosso próprio conceito material.
Vida que segue.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Destrutivo Construtivo

Muitas vezes é necessário desconstruir os personagens ou os fatos, para que no processo de reagrupação das partes, se entenda melhor certas atitudes e conceitos que firmamos ao longo da vivencia.
Negamos externamente e internamente fatos ou ações, que sabíamos intimamente que seriam executadas em um determinado momento de necessidade.
Provocamos distrações em nossas mentes para ganharmos tempo em relação a nós mesmos.
Procuramos assim não pensar no assunto...mas no fim, já sabíamos muito antes, exatamente o que iria acontecer....
Finalmente nos permitimos dar conta de que os pensamentos sempre estiveram intrínsecos em nossas mentes delirantes, consciente ou inconscientemente, até que deixamos transparecer que tudo era uma simples, ou não tão simples assim, questão de autonegação...
Seria preciso apenas uma desculpa boa ou ruim para agirmos.

O conhecimento de cada peça existente em nosso intricado quebra-cabeça de personalidade, que é composto de um milhão de peças miúdas ou mais, tem o papel de nos ajudar a seguir em frente nas melhores e piores oportunidades.
É quase impossível o conhecimento total de si mesmo, visto a infinidade de nuances que temos que considerar, no entanto, quanto mais formos capazes de abstrair o autoconhecimento, melhor.

Mas será mesmo necessário efetuar procedimentos radicais para nos reencontrarmos?
Destruir / Reconstruir?
Se determinada coisa não é da forma que gostaríamos que fosse, a solução é a destruição?
Será que isso explica a guerra e a ignorancia que habita o planeta?
Seguimos em busca de respostas.