segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Hannibal

Este personagem é a síntese da mente perfeita.
Não se trata de apologia ao mal, mas sim de uma capacidade de percepção incrível, de contextualizar fatos e gestos que entregam as fraquezas e condutas dos outros.
Através dos olhos, ele parece ler a mente das pessoas, deduz detalhadamente fatos e atos.

Hoje nossa vida é muito conturbada.
Há um incrível excesso de informações e que nos leva a bloquear consciente ou inconscientemente algumas coisas ao nosso redor.
Talvez, esta seja uma forma de proteção natural dos sentidos, não sei ao certo.
O fato que este personagem tem a percepção perfeita, em uma psique doentia.
Ele pratica o mal, mas talvez, nem ache de fato que o faz.
Será que somos parecidos, e não nos damos conta de nossos atos, e revelamos involuntariamente sermos de certa forma, psicóticos em alguns aspectos, ao observarmos os outros ou ao sermos observados?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Republicanos?




Então nasceu a república.
O tempo passou, e apesar de alguma evolução estamos longe do ideal.
Em um lugar onde tudo gira em torno de interesses pessoais, os benefícios das mudanças ainda não chegaram onde deveriam.
Se chegaram, foi uma fração tão podre, que nos gera mais sofrimento do que soluções que se traduzam em bem estar social, como deveria ser o objetivo maior desta proclamação.
Um espelho quebrado que reflete uma imagem turva de um povo desfigurado pelo sofrimento e sem poder de reação.
Faço parte deste lugar, mas não significa que aceite este processo de massificação imposto empresarialmente.
Muitas vezes faço um motim pessoal.
Acredito nas pequenas atitudes, que se forem feitas por cada um, resultarão em um bem maior, e o benefício trará resultado coletivo.
No fim, as pegadas que ficam pelo caminho, são apagadas pela ação devastadora e opressiva de um sistema, que trabalha 100% do tempo para nos tirar do foco, e nos transformar em topeiras, cavando cada vez mais fundo no que acreditamos ser o nosso universo, e a única coisa que fica para fora é a nossa bunda esperando um pé, muitas vezes, nem isso ocorre, somos apenas esquecidos nas filas do império.
E continuamos catatônicos, na frente do que a tv nos mostra e o que o rádio nos dita...achamos o máximo o que é cuspido em nossa cara com objetivo puramente comercial.
Conteúdo? O que é isso mesmo?
Aprendemos a gostar do que é colocado ao nosso alcance.
É algo que nos acostumamos tanto, que não conseguimos mais definir por meios próprios se é bom ou ruim, simplesmente assimilamos.
As bandeiras que deveriam estampar um ideal, são na verdade fantoches nas mãos de pessoas que estão preocupadas com o próprio meio de sobreviver.
As causas foram maculadas.

Como no Titanic, no fim, a prioridade será sempre da classe A.
Isso já pode ser observado hoje nos hospitais, transportes, filas de bancos, dentre diversas outras formas decadentes de atendimento a massaque podemos observar.
O resto para nós, e os melhores serviços para eles.

A ideologia morreu, os heróis foram burros o bastante para se drogar e sair de cena.
Ou simplesmente desistiram ao perceber que não havia solução.
O Exílio não é mais fora do país como era na época da ditadura.
É um intricado jogo de xadrez, onde os peões vão caindo um a um, até que reste somente o Rei...
Existe rei sem súditos?
Mas não estamos falando da proclamação da república?

Porque revertemos à monarquia?....Temos centenas de Reis no país consolidando seus próprios impérios enquanto ficamos com as sobras ou nem isso.
O que não é bom para eles, não deveria servir para nós.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sétima economia


Atualmente somos uma economia que prospera.
Somos a sétima do globo terrestre.
Claro que este status pode mudar repentinamente.
Avançamos na moeda, entretanto, a maioria da nossa população ainda não tem acesso a recursos mínimos, como esgoto, e até mesmo água encanada.
Bebem água da chuva e defecam no chão.
Com tantos avanços tecnológicos, é estranho ainda se usar sumidoros como rede de esgoto.

Isso é, quando há o que beber, quando há o que comer.
Estando vazio, não há excrementos....

Nossos hospitais públicos são vergonhosos, as pessoas se amontoam nos corredores e tomam medicamentos errados e são diagnosticados ou tratados de forma incorreta.
Os remédios são injetados por vias erradas...
Onde já se viu...por leite nas veias...ridículo.
O povo pena para ter o mínimo de educação com políticas de ensino que não motivam nem os professores, muito menos os alunos.
Penso até que o desestímulo, é um mecanismo de controle social, que é utilizado diariamente para manter o povo no gueto.
Repartição de renda e igualdade, não são bons negócios para a classe empresária que lucra com o povo pobre e quase sempre leigo.

Se esta em nossa constituição que todos têm os direitos primários garantidos, qual é a dificuldade em se aplicar a lei?
É preciso ter boa vontade.
Se tudo que é de contexto de dignidade é dever do estado, por que um juiz da suprema corte, o presidente, ou seja lá quem for o responsável, não decreta que se proceda de acordo?
E a ficha limpa não sai...e os corruptos não estão presos...
Você rouba comida e é preso.
Seu ente é assassinado por quem deveria servir e proteger...e seu corpo é encontrado em um córrego...os técnicos não conseguem nem determinar o sexo...
Despreparo generalizado.
Precisamos despoluir o sistema. Rever essa engrenagem que nos conduz subliminarmente (ou não tão subliminar assim) para um cenário sempre desfavorável.
Pagamos impostos e votamos...mas o retorno nunca vem? Nunca virá?
Democrático com voto obrigatório é estranho, ainda mais quando as opções de candidatos disponíveis são fracas.

As trocas de ministros não vão resolver os problemas se os substituídos não forem pessoas de bem, se não tiverem valores morais acima da média dos que estão a nossa volta.
Do contrário é mais do mesmo, eternamente.

Onde será que eles vão conseguir alguém que tenha como principal característica a honestidade? Que seja perseverante e incorruptível?
Todos nós temos um preço?
Não é possível que “na terra em que se plantando tudo dá” ainda estejamos rastejando como animais e pisando em fezes em nossos quintais morais.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sendo

Preciso de tempo de viver e ser o que realmente sou.
Tempo de sorver da vida o que há de melhor para ser vivido.
Ser bom e honesto...algumas vezes rude e rígido.
Sempre sincero.
Tendo tempo,  é isso que quero.
Ser participante e criativo no contexto terrestre.
Até mesmo nas coisas que não me competem.
Contribuir de alguma forma junto aos seres que almejam ser algo de bom.
Ser o que quero ser, e não o que querem que eu seja.
Resistir ao forte vento das causas lutadas sem nunca me quebrar.
As vezes posso fraquejar, mas não me deixar derrotar.

Sendo não linear, me reservo o direito de mudar, de viajar entre as possibilidades da vida que vou escolhendo levar.
Às vezes sou sóbrio às vezes não.
Muito mais não, do que às vezes.
Vou vivendo e sendo este ser que se recusa a ser terreno.
Tento ser limpo e disposto, mas gosto mesmo é de ser ocioso.
Viver sendo apreciador de boa música e boa leitura, quem sabe de paisagens nuas...
Ser um pouco humano.
Digno e soberano.
Ser simples ser eu.