sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

TURN BACK

Quando era muito jovem, ouvi um texto que falava algo sobre o homem nascer velho e ir desaprendendo os vícios adquiridos ao longo do tempo e ir remoçando em vários aspectos

De certa forma, seria uma teoria interessante, nascer velho ao acaso, cheio de defeitos e ir evoluindo ao ápice da existência à medida que se perde a consciência negativa dos atos que foram cometidos e se tornar enfim, puro como uma criança...
Nascemos limpos de todo tipo de hipocrisia ou aditivos químicos, e vamos poluindo nossa alma e o nosso corpo a medida que o tempo passa.

No fluxo atual, parece impossível crescer, formar uma consciência pura e correta, pois mesmo evoluindo o corpo, a mente tende a se expandir de uma maneira negativa e viciada, e quando morremos, somos um punhado de carne cheio preconceitos e deficiências, morremos imorais.

Permita-se imaginar.

Acordar a cada dia com a fisionomia ligeiramente rejuvenescida
Ter os cabelos brancos readquirindo cor
Conhecer o amor
Desfazer traições
Perder a magoa e o rancor, ao mesmo tempo em que tomamos conhecimento dos fatos que nos levaram a adquirir tais sentimentos

Ficamos tristes, mas, no segundo seguinte, tudo se foi
O tempo e a evolução dos fatos perderiam a importância, bastaria viver.

Engenharia reversa
Involução cronológica
Evolução mental

Pensar na lógica disso tudo é complicado, gera um paradoxo existencial infindável e insolúvel.

Se formos mais radicais nos pensamentos, ainda podemos fazer outras considerações
Folhas subindo aos galhos das Arvores, cachoeiras fluindo ao contrário, rios e oceanos inteiros com águas mais cristalinas a cada segundo
Superfícies outrora estéreis transbordando vida
Tumores se fechando
A volta dos Incas e Maias
Entre milhares de possibilidades reversas, inversas, alternadas... “desinventadas”

O fim de cada ser seria retornar ao útero materno para a inspiração final da inexistência sem vestígios.

Na realidade que nos aterra, temos que construir a história, viver cronologicamente,  deixar marcas no continuum, sermos inspirados, construtivos e positivos, o que você tem feito para ser lembrado? O que preza e te inspira a continuar a vida a cada manhã inexoravelmente?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

... E GENTILEZA GERARÁ MESMO GENTILEZA...

Nas discussões sobre desagrados, irritações e violências, muito divaga-se sobre de que forma lutar-se contra. Reagindo? Promovendo o embate? Retribuindo desagrados com mais desagradações? Ferro e fogo? Olho por olho, dente por dente??? Talvez... mas pode-se sempre repensar e retribuir de forma gentil, pois o mal - embora clichê - se quebra com o bem. E a luta para se propagar o bem e a suavidade, dando-se de coração em um prol maior ou não, eleva mais e mais o indivíduo que a essa luta se propõe, tornando-o acima de tudo um indivíduo mais FELIZ. Segue outro pequeno trecho de Erich Fromm e uma explicação mais que plausível:

"...o amor é uma atividade, e não um afeto passivo; é um "erguimento" e não uma "queda". De modo mais geral, o caráter ativo do amor pode ser descrito afirmando-se que o amor, antes de tudo, consiste em dar, e não em receber. Dar é a mais alta expressão da potência. No próprio ato de dar, ponho à prova minha força, minha riqueza, meu poder. Essa experiência de elevada vitalidade e potência enche-me de alegria. Provo me como superabundante, pródigo, cheio de vida e, portanto, como alegre. Dar é mais alegre do que receber, não por ser uma privação, mas porque, no ato de dar, encontra-se a expressão de minha vitalidade..."

Sejamos mais alegres, sejamos mais felizes... paguemos sim o mal com amor. Por que não? Dar-se sem exigir nada em troca, dar-se pra ser e sentir-se internamente feliz. E consequentemente... leves...
Há sempre uma solução para grande parte das coisas... violencia? irritação? brigas? E a suavidade é uma delas.
Gentileza para gerar leveza... gentileza para plantar amor...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

EVOLUÇAO INVERSA?

Creio utopicamente que as relações podem e devem ser mantidas sem a necessidade do uso da força, seja física ou convencimento verbal.

Bom, pelo menos isso é o que eu gostaria de acreditar, mas falho com freqüência
Mesmo que por um breve segundo, o controle se esvai e tudo é posto a perder.
Me transformo em um ser enfurecido e sigo a teoria de Darwin com louvor ou seria a teoria de Pixote?

O que faço de mim quando deixo o meu lado bestial exposto?
No que me transformo?
O mundo ao redor vira um borrão, só existe um foco neste momento
O que extrairemos de qualquer relação com o uso da força?
Que benefício é possível obter em dobrar a outra parte a base da energia e do convencimento brutal?

A violência, seja ela do tipo que for, não irá mudar a forma de pensar, ou de as pessoas nos respeitarem.

Não existe êxito quando um dos lados não esta disposto a ampliar o horizonte do bom senso e agregar novos valores.
As pessoas precisam querer mudar, estar de mente aberta por si só, sem a influência do meio que tenta lhes oprimir, entenda por isso, amor, ódio, governantes, drogas, verbo, etc...

O saldo de um embate entre partes que não alimentam tendências a mudança é nulo.
O resultado sempre será negativo, ou até mesmo, degradante para quem for o agressor.
 Mesmo que este tenha uma relativa razão em relação as idéias em que tenta prevalecer. Ao deferir qualquer tipo de agressão, a outra parte torna-se vítima.

Precisamos nos desvincular de situações que não oferecem progresso.
Onde a simbiose não exerce benefício mutuo, com certeza uma das partes perece, e a sobrevivente sai em busca de um novo hospedeiro...um eterno ciclo onde não nos damos conta que muitas vezes somos a parte que ao vincular-se trazemos a morte do outro
É necessário, nem que seja solitariamente, trilhar um horizonte promissor observando atentamente onde cometemos ou sofremos um colapso em nossas relações

A razão é um conceito abstrato e relativo, principalmente nas relações sociais, onde a verdade absoluta de um ser, pode não fazer tanto sentido para o outro, afinal, somos únicos, vivemos e absorvermos experiências de maneiras diferenciadas e não podemos esperar que sejamos compreendidos em nossas questões sejam no contexto que forem.

domingo, 23 de janeiro de 2011

EM CONTINUIDADE, ANALISANDO E DESVENDANDO...

Contribuindo com o debate, vamos a  Erich Fromm e o livro "A Arte de Amar". Seguem 2 trechos que falam por si:

“… a principal condição para realização do amor é a superação do narcisismo. A orientação narcisista é aquela em que só se experimenta como real o que existe dentro da pessoa, ao passo que os fenômenos do mundo exterior não têm realidade em si mesmos, mas são experimentados somente do ponto de vista de serem úteis ou perigosos. O pólo oposto ao narcisismo é a objetividade; é a faculdade de ver pessoas e coisas tais como são, objetivamente, e a capacidade de separar esta imagem objetiva de uma imagem formada pelos desejos e temores que se tenham. Todas as formas de psicose mostram a incapacidade de ser objetivo, em extremo grau. Para a pessoa insana, a única realidade que existe está dentro dela, é a de seus temores e desejos”.

Aos que julgam frios os que apenas se intitulam objetivos, um interessante conceito... o julgamento de frieza viria então do medo? Na certa, da falta de objetividade ao encarar o outro não como o que realmente é, mas como se desejaria que ele fosse. Me pergunto por que tanto medo de defeitos alheios, se somos pois todos bem e mal, bonito e feio, qualidades e defeitos, yin e yang?? O medo de encarar o outro viria então do medo de encararmos a nós próprios?
E dando sequência:

"...O amor só é possível se duas pessoas se comunicam mutuamente a partir do centro de suas existências e, portanto, se cada uma se experimenta a partir do centro de sua própria existência. Só nesta "experiência central" existe realidade humana, só aí há vivacidade, só ai está a base do amor. Assim experimentado, o amor é um desafio constante; não é um lugar de repouso, mas é mover-se, crescer, trabalhar juntamente; haja harmonia ou conflito, alegria ou tristeza, isso é secundário em relação ao fato fundamental de que duas pessoas se experimentam mutuamente a partir da essência de sua existência, que são uma com a outra por serem uma consigo mesmas, em vez de fugir de si mesmas. Só há uma prova da presença do amor: a profundidade da relação e a vivacidade e o vigor em cada pessoa envolvida; este é o fruto pelo qual o amor é reconhecido..."

Portanto, antes de se "querer" amar há  primeiro que se conhecer a si mesmo em essência. O que é o maior complicador partindo-se do princípio de que o que ocorre na maioria das vezes é que as pessoas de fato não se conhecem... Penso então que seguindo a lógica de Erich Fromm, desprender-se e perder o medo de si próprio seriam então a forma mais ampla de se conseguir amar de dentro para fora, sem narcisismos, quebra e mudança de realidades, e endeusamento da pessoa amada  no intuito de não cair na armadilha de fundar-se não no que a pessoa é de fato, mas no que se desejaria que ela fosse.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

...E DO AMOR?

O amor se parece como uma economia, onde a abundancia da oferta desvaloriza o produto
Onde alguns pensam que a negociação e o convencimento podem gerar frutos
Alguem precisa ser convencido que ama ou é amado?
Os sentimentos estão tão banalizados que o amor perdeu aquele sentido maior e duradouro

Alguma coisa, em algum ponto se partiu.

A vida sofre bifurcações a medida que a estrada das decisões toma forma a nossa frente segundo a segundo.
Um detalhe ínfimo, pode te levar para perto ou para longe de quem se ama.
As vezes temos um deslumbre do Amor, mas quando percebemos já é tarde de mais

Daquele amor que te uniu a outra parte, o que restou?
Do que você precisa agora?
O que você vai se tornar com tanta oferta, e como vai seguir a estrada que se constitui no seu horizonte?
O que se pode dizer dos valores familiares?
Suas decisões irão afetar a eles direta ou indiretamente correto?

Você se cansou, eu imagino
Mas o que vai te revigorar e por quanto tempo?
Você dá esperanças a quem despreza enquanto decide o que fazer?

Existem diversas formas de se amar
O amor encenado nos contos, não tem muita relação com a realidade
Também pode ser verbal, dito em frases de efeito, ou um simples gesto corporal, que expressa um enorme prazer, só de pensar ou compartilhar o mesmo espaço.
Você presta atenção nos atos do seu amor com os outros?
E nos atos de amor que chegam a você externamente?

Talvez amar seja um estado químico constante, onde o limbo seja representado pela ausência do outro.

Às vezes, quando se desiste de um amor não há para onde voltar.
Você se sente perdido e desamparado, mesmo tendo a certeza de que tomou a decisão certa.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

AO INFERNO COM A LÁBIA E A FINS

      Reflexão forçada... o que te tira do sério? Respondo rápido, sem mal pensar: tentativas de persuasão. Não preciso pensar muito, simplesmente respondo. Obtenção de vantagens por meio do convencimento, objetivo de dobrar o próximo e conseguir dele que execute suas próprias vontades... honestamente, é quase degradante, embora no dia-dia vemos que é mais que natural que se tente convencer e obrigar o próximo a ceder ou acatar a uma ou outra vontade. Não vejo como não dizer que a aceitação das pessoas em serem persuadidas acaba sendo fator facilitador da ação.Ao mesmo tempo que me pergunto o por que dessa facilitação penso que muito vem da falta de perspectivas, consciência e olho crítico que acaba fazendo com que se encare como natural dobrar-se a idéias que as vezes sequer lhe são agradáveis no intuito de se adequar ou ser aceito. Ora, ser aceito... aceito por um meio ao qual não me adequo? Sinceramente não vejo porquê... Falando particularmente, não tenho em mim a necessidade de agradar e realmente acho que agradar deve ser um ato complementar e prazeroso acima de tudo, e não uma obrigação. Quanto as tentativas de convencimento, a privada todas elas... Largo ao mundo que encare como quiser. Anti-sociais? Nem tanto. Radicais? Talvez. Mas acima de tudo, sejamos AUTÊNTICOS. Tenhamos princípios e opinião e os levemos até o fim. E ao não concordar com alguma imposição externa, no lugar de tentar adaptar-se diga solenemente "ok, desta forma então retiro-me". Afinal, alma não é algo que se toma a força. Principalmente quando ela já é essencialmente arredia.
E fim de papo, ilustrando:


Minha cara é essa, goste ou não
Muito me irritam tentativas de persuasão
Me ame, ou odeie... me rasgue se quiser
Mas honestamente, não tente me dobrar como mulher.

Medo não tenho, sala não faço
Sou o que sou, e não aceito o laço.
Bem-vindo, se de manso chega
Adeus, se em pouco tempo se atreva.

Cuidado, cautela, pois veja bem
Mordo e agrido,falo e faço... me esquivo bem
E no final bom ou ruim, defeito ou não
Não me dobro, nem que se tente com sermão.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

DE TUDO QUE RESTOU

O Amor se foi
A dor se foi
A Alma ficou
Fiz tanta força e nada mudou.

É chegada a hora de dizer adeus
Não é fácil dizer isso aos meus
Até breve não serve
Pois na morte tudo se perde

As riquezas acumuladas ficaram para trás
Há de servir para os demais
Pela minha morte muitos aguardavam
Então por que choravam?

Fiquem com os espólios dêem o devido valor
Mas notem que não me serviram de nada na dor

O desejo que me consumia agora descansa sereno
Vou ficar aqui parado em meu sono pleno
Se um dia voltar
Seria ótimo outro modo de vida levar.

Muito fiz e muito faço
Mas fui e sou tratado com descaso até de demagogo fui chamado
Na minha ausência
Espero que todos ajam com calma e prudência.

Para o além nada hei de levar
Mas espero vivo em seus pensamentos conseguir me perpetuar

Triste fiquei
Pois o mundo não mudei
Na verdade ele me mudou
E fez de mim o que sou

Certo ou errado não sei
Mas a tudo e a todos que pude me dediquei
Algumas coisas não fiz tão bem quanto gostaria
Mas espero poder acertar tudo um outro dia

Agora terei preocupações astrais
Peso não tenho mais
Posso vagar pela eternidade
Mas sei que o tempo ali será contato com outra perceptividade

Como diria o poeta, “estou em uma outra estação”
Esperando o trem para me levar para outra dimensão
No fim encontrei o que sempre procurei
A luz que por muito tempo implorei.

FRAGMENTOS DO INDIVIDUALISMO EM DISFARCE

     De forma clara e direta,no que tange os "egoísmos" ocultos, encontra-se no foco de cara um coma individualista. A idéia de que o EU abrange o TODO de forma automática, e o coletivo passa a ser consequentemente a forma como EU PENSO. Ao invés do "penso, logo existo", temos então o "penso, logo imponho". Imponho a mim, imponho a minha presença. Meus fatos, meus dramas, meus sentimentos que passam a depender do outro, minha vida que passa a ser automaticamente também a sua vida do outro, a medida que o insiro totalmente nela, e o imponho a aceitá-la sem questionar.Minhas verdades, meu EU... meu e eu... Uma necessidade de posse oposta tão dilacerante, que destroça grande parte dos indivíduos. E quando se tem um pouco mais de atenção observa-se que de todas as máscaras que usamos e armaduras que nos munimos para encarar o mundo ou o próximo, o EU é a máscara do medo. O disfarce da insegurança. O momento em que o outro se impõe e sufoca pelo simples fato de não suportar a idéia de estar sozinho, seja fisicamente ou mentalmente. Porquê para estar bem sozinho, meus caros, há que se ter ao menos tolerância e simpatia para com seus próprios pensamentos. E acima de tudo considerar-se individualmente ou não, companhia essencial para si mesmo. E conjugar: interajo com os demais porque acima de tudo gosto, e não porque preciso. Dizer sem medo para terceiros: não te possuo, apenas te completo. Porque a necessidade de posse é a resposta para o medo. E a complementação a leveza em forma de segurança. Não sejamos EU's individuais, e sim Nós coletivos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O EGOISMO DE CADA DIA

Vocês conseguem perceber o quanto cada um mergulha, mais em mais, em um coma irreversível?

Não é possível que para alguns, até mesmo a divisão de tempo seja impossível.

Reparem que é viável conciliar todos os afazeres com as prioridades que possamos vir a ter em particular, basta querer, basta ter boa vontade.

Pessoas que vivem para si, que estão sempre voltadas para um só caminho, não me agradam.

Estão sempre correndo, sempre em busca de algo que só diz respeito a elas, como se a nossa disponibilidade fosse profana e tudo que há no mundo fosse secundário...só existindo o EU maior...

Pois bem, vivam seu coma, seus estratagemas, dediquem seu tempo a atividades que só interessam a vocês espero sinceramente que progridam e parem de se lamentar. ....fd-s.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

QUERENDO SER ENTENDIDO

A ansiedade de entender o mundo gera um paradoxo a medida que percebemos que o mundo cada vez menos nos entende, é como.... um par de imãs com polaridades invertidas, onde a proximidade gera repulsa a medida que tentamos unir as partes.
A coletividade esta a beira do fim, e os valores individuais seguem o mesmo rumo, a ética se esvai, colapso total de valores.
O que é certo e o que é errado? E segundo quem? O que é real nos editoriais?
A sociedade não quer ser ajudada, estamos cada vez mais distantes, cada um mais imerso que o outro em busca de suas próprias questões, seria o imperialismo do individualismo?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

COM ACIDEZ NÃO CORROSIVA

De cara, um breve e curioso fragmento de diálogo:

"Bom, para começo de conversa", comecei, ainda lhe apresentando um sorriso ameno e tranqüilizador, "você é um canalha e sabe disso. Tem medo de alguma coisa, ainda não sei do quê, mas vamos chegar lá. Comigo, você faz de conta que é simplório, um joão-ninguém, mas de si para si tem-se na conta de muito esperto, de importante, de durão. Não tem medo de coisa alguma, não é mesmo? Tudo conversa fiada, e você sabe muito bem. Vive cheio de medo. Diz que agüenta. Agüenta o quê? Um murro no queixo? Claro que agüenta, com uma cara de concreto feito a sua. Mas será que agüenta a verdade?".
(Henry Miller)

     Ora pois...das verdades que escondemos de nós próprios contentando-nos em viver mediocremente... consideremos corajosos então os que se encaram com garra, pois olhar-se no espelho face a face com si mesmo não é nem de longe fácil. Reconhecer-se na imagem que vê, encarar a  verdade nos olhos e rolar com ela no chão... Buscando-se de dentro pra fora, e jamais de fora pra dentro. Creio que não deve ser o meio o responsável a nos formar e definir. Sejamos nós os definidores do meio através de nossa coragem de nos encarar por dentro e puxar do fundo, do "submundo" de nosso inconsciente ou não, o nosso melhor e pior e expor pra fora, dividindo-o. Aguentando, sustentando e compartilhando nossas verdades.Mesmo as que doam por serem reais demais. Evitando sermos canalhas de nossas próprias e perturbadas consciências.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O ALUGUEL DE NOSSAS HORAS.

“...Aqueles que estavam no comando sempre preferiam sobrecarregar uns poucos homens de modo contínuo a contratar mais pessoas para que todos pudessem trabalhar um pouco menos. Você dava ao seu chefe oito horas, e ele sempre pedia mais por mais, Ele nunca lhe mandava para casa depois de seis horas, por exemplo.
Isso daria tempo a você para que pensasse.

                                                                                                           Bukowski”

 Alugamos nosso precioso tempo de vida diariamente, em busca de trocados, migalhas que marcam nosso caminho, mas que impossibilitam a volta, assim como, ocorre no conto de fadas...estou crendo que este conto é um tanto quanto subversivo.

ANGUSTIANTE RECOMEÇO SEMANAL

   Das espectativas para uma segunda-feira pode-se dizer categoricamente que o que se tira em geral é uma espécie de  inquietude que rasga por dentro. A sensação da volta a rotina que te faz ser cuspido da cama num horário que não lhe é o natural, para efetuar tarefas que muitas vezes não lhe são agradáveis, conviver com pessoas que ocasionalmente não lhe são simpáticas... A violência diária a qual somos sujeitados já no despertar matinal.  A tortura cotidiana que te massacra aos poucos, te tira a leveza e te faz questionar-se exaustivamente. A necessidade de adaptar-se, adequar-se ao meio, podar-se em função de um coletivo ao qual internamente nem sempre nos consideramos sequer parte complementar. Mas que ainda assim, na busca pela constante adaptação, nos forçamos a nos regrar. Nós próprios, carrascos de nós mesmos. Nos violentando em prol do "todo", quase que consenso universal. Sendo eventualmente ou geralmente regra geral. Nos mutilando mentalmente... mesmo que em alma jamais nos dobremos.
Afinal, há que se ter ao menos um plano onde possamos nos considerar intactos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

OS SOLITÁRIOS

Fazemos de tudo para convivermos em harmonia; dedicamos atenção, dividimos o tempo, o pão, a bebida, mas não conseguimos compartilhar idéias.

Dificilmente do lado oposto da nossa conversa, há alguém que realmente se interesse por amadurecer conceitos, e ou tentar entender determinados acontecimentos por uma outra perspectiva.

Pensar cansa, não é para todos.

Para alguns é melhor deixar que o destino decida o que é melhor para cada um, e seguir em frente com o que por ventura lhes for provido, e ainda assim ser grato por isso.

Mesmo quando rodeado de pessoas, freqüentemente nos encontramos perdidos em nossos solitários devaneios, somos figuras sem par em um ambiente hostil e vazio de cultura, pois em uma sociedade em uníssono, recebe destaque negativo a criatura que se desgarra da manada, e tem a ousadia de pensar diferente.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A origem do nome

De anárquicos, todos temos um pouco. Mentalmente desregrados, estranhamente inadaptáveis, essencialmente "ingovernáveis"... De fato, anárquicos por natureza... seja no dia-dia, seja nos conflitos internos.
Do coma, Chuck Palahniuk citaria em "Diário" que todos nós vivemos em breves estágios de coma, criados por nós mesmos para nos retirar da realidade de acordo com nossas necessidades. A busca pelo que não mostramos como se estivesse ao alcance das mãos. A procura pelo que não sabemos o que, como se fosse algo que soubéssemos o nome. A queda em nós mesmos buscando saber quem somos. Criando comas satisfatórios para tornarmos a realidade possível, ou criando comas regulares para não descobrirmos quem somos jamais...
Todos temos nossos comas... quais são os seus?
Às mentes inquietas, sejam bem-vindos...