terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Esboço do verão

Vem chegando mais um verão.
As chuvas descerão dos céus e arrastarão mais uma vez, inúmeras famílias, pertences e esgoto para o mesmo beco seguirão.
O beco do desespero.
Eterno recomeço a cada chuva que se sucede.

Não parece claro para mim que algo tenha feito de verdade.
Afinal, nada mudou desde que eu tinha outra idade.
Acho que vou ver outra pessoa este ano com água pelo pescoço na praça da bandeira ou no centro da cidade.

É complicado quando não se quer fazer o bem e agir com honestidade.
E as autoridades? Que autoridades?
Talvez até mandem um bote, mas seria preciso um iate.
Na realidade não conseguem mandar uma gota de dignidade.

Mandatos vem e vão e tudo parece se arrastar.
O dinheiro destinado a salvar, vai para outro lugar.
Cabeças de gado e carro importado para passear.
Os detritos são arrastados mas não descem.
E quando você pergunta tem político que se “emputece”.
E no carnaval tudo se esquece.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O presente

Há muito tempo que se perdeu o valor lúdico da maioria das datas comemorativas.
Tudo se tornou uma imensa oportunidade de fortalecer o comércio.
A simbologia se foi, a nostalgia virou coisa apreciada apenas pelos mais velhos.
Claro que existe a lei da oferta e procura.
É preciso sobreviver, ainda mais em um lugar capitalista.
E todos querem ganhar algo.

Por outro lado, acredito que a pessoa que espera receber um presente com grande valor monetário, não deve estar muito preocupado com o contexto da lembrança.
Ser lembrado com algo simples, é na verdade mais do que ser presenteado com objetos de valore agregado alto que muitas vezes, tentam compensar outros tipos de falta...
Os melhores presentes são aqueles que conseguimos remeter o pensamento à pessoa, mesmo quando ela não esta presente fisicamente, um paradoxo...o físico que denota a falta.

No mais, um abraço sincero pode ser muito mais valioso e contextual.
A honestidade pode ser percebida no brilho do olhar, na simplicidade de se estar junto, não só neste momento especial, mas em todos os outros, mesmo que de forma abstrata.
Dispor de tempo para o outro, é cada vez mais raro, já que em todos os momentos somos requeridos por alguém, ou alguma necessidade urgente e nem sempre nossa.
Quando recebemos este tipo de atenção envolta em qualidade de tempo, voltamos a acreditar, a ter esperança de participar de um mundo melhor brevemente.

J
Que as metas se consolidem.
Que o seu amor seja compreendido e retorne em dobro.
Ser feliz.
Então no ano seguinte, o ato da presentear com objetos será  secundário.
Apenas uma forma de remeter o pensamento a você ou de você para alguém ao ver o objeto ou até mesmo sem ver objeto algum....

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

+ 365


Apesar de acreditar que estamos sempre no meio de algo, e não iniciando um processo novo,          acho que planejar não faz mal nenhum.
A falta de planejamento nos faz confiar apenas no destino.
Ficamos a deriva, sujeitos ao tempo de forma atmosférica e astrológica.
Podemos ser aguerridos e tomar as rédeas do destino em nossas mãos, ditar os rumos do nosso futuro a qualquer momento; por em prática o que é extraído das abstrações vividas ao longo dos anos.
Decisões podem ser tomadas a qualquer momento, independentemente de acontecimentos festivos ou datas específicas, basta querer, basta entender que é necessário.
Vamos lá.
No ano que se aproxima, é meta reforçar a leitura, assim como, tornar a passagem na terra mais consistente.
Não podemos deixar que pessoas ou fatos importantes passem por nós desapercebidos.
Às vezes me pergunto onde estive quando determinadas coisas aconteceram e eu não vi...
Penso ter sido abduzido várias vezes sem me dar conta.
E agora aqui estou eu.
Quem se move ao sabor das estações são pássaros, gnus, e outros tantos seres instintivos em busca de sobrevivência.
Estamos no topo da cadeia, não podemos nos contentar com a cultura de subsistência que nos é imposto.
Precisamos de saudáveis ambições, ambições do bem.
Temos o poder conjecturar, decidir racionalmente e não só emocionalmente.
Cuidar melhor do corpo e alimentar a mente.
Mudar e evoluir deve ser um ato constante e atemporal.
Sempre para melhor é claro.
 Espero conseguir olhar ao redor, e perceber cada vez mais o mundo de forma diferente.
Escolher minhas próprias músicas, filmes e que mais capte minha atenção, e ignorar tudo de ruim que me chega aos ouvidos ou aos olhos através de fontes duvidosas...
Bloquear a percepção para todo o lixo desagradável aos sentidos físicos e etéreos.
Dar maior atenção aos que consigo alcançar, é e será fator prioritário.
Aos que não consigo alcançar em um primeiro momento, de alguma forma as ondas das minhas ações chegarão, mesmo que imperceptivelmente.
Talvez finalmente as pessoas se conscientizem que é possível ser feliz, sem aceitar o que é imposto, sem ser passivo ou fruto da massificação.
O Amor e valores familiares devem prevalecer e não podem ser maculados.
Releve.
Mesmo quando não nos perceberem em virtude do nosso silêncio, estaremos lá, vigilantes.
Por hora, vou me despir da Armadura, escudo e espada, e refletir...

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Hannibal

Este personagem é a síntese da mente perfeita.
Não se trata de apologia ao mal, mas sim de uma capacidade de percepção incrível, de contextualizar fatos e gestos que entregam as fraquezas e condutas dos outros.
Através dos olhos, ele parece ler a mente das pessoas, deduz detalhadamente fatos e atos.

Hoje nossa vida é muito conturbada.
Há um incrível excesso de informações e que nos leva a bloquear consciente ou inconscientemente algumas coisas ao nosso redor.
Talvez, esta seja uma forma de proteção natural dos sentidos, não sei ao certo.
O fato que este personagem tem a percepção perfeita, em uma psique doentia.
Ele pratica o mal, mas talvez, nem ache de fato que o faz.
Será que somos parecidos, e não nos damos conta de nossos atos, e revelamos involuntariamente sermos de certa forma, psicóticos em alguns aspectos, ao observarmos os outros ou ao sermos observados?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Republicanos?




Então nasceu a república.
O tempo passou, e apesar de alguma evolução estamos longe do ideal.
Em um lugar onde tudo gira em torno de interesses pessoais, os benefícios das mudanças ainda não chegaram onde deveriam.
Se chegaram, foi uma fração tão podre, que nos gera mais sofrimento do que soluções que se traduzam em bem estar social, como deveria ser o objetivo maior desta proclamação.
Um espelho quebrado que reflete uma imagem turva de um povo desfigurado pelo sofrimento e sem poder de reação.
Faço parte deste lugar, mas não significa que aceite este processo de massificação imposto empresarialmente.
Muitas vezes faço um motim pessoal.
Acredito nas pequenas atitudes, que se forem feitas por cada um, resultarão em um bem maior, e o benefício trará resultado coletivo.
No fim, as pegadas que ficam pelo caminho, são apagadas pela ação devastadora e opressiva de um sistema, que trabalha 100% do tempo para nos tirar do foco, e nos transformar em topeiras, cavando cada vez mais fundo no que acreditamos ser o nosso universo, e a única coisa que fica para fora é a nossa bunda esperando um pé, muitas vezes, nem isso ocorre, somos apenas esquecidos nas filas do império.
E continuamos catatônicos, na frente do que a tv nos mostra e o que o rádio nos dita...achamos o máximo o que é cuspido em nossa cara com objetivo puramente comercial.
Conteúdo? O que é isso mesmo?
Aprendemos a gostar do que é colocado ao nosso alcance.
É algo que nos acostumamos tanto, que não conseguimos mais definir por meios próprios se é bom ou ruim, simplesmente assimilamos.
As bandeiras que deveriam estampar um ideal, são na verdade fantoches nas mãos de pessoas que estão preocupadas com o próprio meio de sobreviver.
As causas foram maculadas.

Como no Titanic, no fim, a prioridade será sempre da classe A.
Isso já pode ser observado hoje nos hospitais, transportes, filas de bancos, dentre diversas outras formas decadentes de atendimento a massaque podemos observar.
O resto para nós, e os melhores serviços para eles.

A ideologia morreu, os heróis foram burros o bastante para se drogar e sair de cena.
Ou simplesmente desistiram ao perceber que não havia solução.
O Exílio não é mais fora do país como era na época da ditadura.
É um intricado jogo de xadrez, onde os peões vão caindo um a um, até que reste somente o Rei...
Existe rei sem súditos?
Mas não estamos falando da proclamação da república?

Porque revertemos à monarquia?....Temos centenas de Reis no país consolidando seus próprios impérios enquanto ficamos com as sobras ou nem isso.
O que não é bom para eles, não deveria servir para nós.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sétima economia


Atualmente somos uma economia que prospera.
Somos a sétima do globo terrestre.
Claro que este status pode mudar repentinamente.
Avançamos na moeda, entretanto, a maioria da nossa população ainda não tem acesso a recursos mínimos, como esgoto, e até mesmo água encanada.
Bebem água da chuva e defecam no chão.
Com tantos avanços tecnológicos, é estranho ainda se usar sumidoros como rede de esgoto.

Isso é, quando há o que beber, quando há o que comer.
Estando vazio, não há excrementos....

Nossos hospitais públicos são vergonhosos, as pessoas se amontoam nos corredores e tomam medicamentos errados e são diagnosticados ou tratados de forma incorreta.
Os remédios são injetados por vias erradas...
Onde já se viu...por leite nas veias...ridículo.
O povo pena para ter o mínimo de educação com políticas de ensino que não motivam nem os professores, muito menos os alunos.
Penso até que o desestímulo, é um mecanismo de controle social, que é utilizado diariamente para manter o povo no gueto.
Repartição de renda e igualdade, não são bons negócios para a classe empresária que lucra com o povo pobre e quase sempre leigo.

Se esta em nossa constituição que todos têm os direitos primários garantidos, qual é a dificuldade em se aplicar a lei?
É preciso ter boa vontade.
Se tudo que é de contexto de dignidade é dever do estado, por que um juiz da suprema corte, o presidente, ou seja lá quem for o responsável, não decreta que se proceda de acordo?
E a ficha limpa não sai...e os corruptos não estão presos...
Você rouba comida e é preso.
Seu ente é assassinado por quem deveria servir e proteger...e seu corpo é encontrado em um córrego...os técnicos não conseguem nem determinar o sexo...
Despreparo generalizado.
Precisamos despoluir o sistema. Rever essa engrenagem que nos conduz subliminarmente (ou não tão subliminar assim) para um cenário sempre desfavorável.
Pagamos impostos e votamos...mas o retorno nunca vem? Nunca virá?
Democrático com voto obrigatório é estranho, ainda mais quando as opções de candidatos disponíveis são fracas.

As trocas de ministros não vão resolver os problemas se os substituídos não forem pessoas de bem, se não tiverem valores morais acima da média dos que estão a nossa volta.
Do contrário é mais do mesmo, eternamente.

Onde será que eles vão conseguir alguém que tenha como principal característica a honestidade? Que seja perseverante e incorruptível?
Todos nós temos um preço?
Não é possível que “na terra em que se plantando tudo dá” ainda estejamos rastejando como animais e pisando em fezes em nossos quintais morais.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sendo

Preciso de tempo de viver e ser o que realmente sou.
Tempo de sorver da vida o que há de melhor para ser vivido.
Ser bom e honesto...algumas vezes rude e rígido.
Sempre sincero.
Tendo tempo,  é isso que quero.
Ser participante e criativo no contexto terrestre.
Até mesmo nas coisas que não me competem.
Contribuir de alguma forma junto aos seres que almejam ser algo de bom.
Ser o que quero ser, e não o que querem que eu seja.
Resistir ao forte vento das causas lutadas sem nunca me quebrar.
As vezes posso fraquejar, mas não me deixar derrotar.

Sendo não linear, me reservo o direito de mudar, de viajar entre as possibilidades da vida que vou escolhendo levar.
Às vezes sou sóbrio às vezes não.
Muito mais não, do que às vezes.
Vou vivendo e sendo este ser que se recusa a ser terreno.
Tento ser limpo e disposto, mas gosto mesmo é de ser ocioso.
Viver sendo apreciador de boa música e boa leitura, quem sabe de paisagens nuas...
Ser um pouco humano.
Digno e soberano.
Ser simples ser eu.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ponderando

Então o tempo vai passando.
Aprendemos e desaprendemos diversas coisas pelo caminho que seguimos.
Agregamos e perdemos valores essenciais.
Somos responsáveis por nossas escolhas e pelos conseqüentes resultados delas.
Alimentamos sonhos e lamentamos as decepções.
Amamos algumas pessoas, animais e objetos.
Não necessariamente nesta ordem, nem com a mesma intensidade.
Odiamos outras tantas coisas com igual vigor.
Para alguns, ódio não seria a apalavra certa; mas talvez, sejamos ou tentemos ser no mínimo indiferentes aos que não somam nada em nossas vidas.
Quando somos lembrados, é sinal que temos certa participação na vivencia de outras pessoas...consideramos e somos considerados.
Não se trata de participação boa ou ruim, certa ou errada.
Agimos de acordo com nossas ações e personalidade.
Seguimos lado a lado...com maior ou menor influencia.
Como em um gráfico de altos e baixos.
Somos o que?
E lutamos contra quem?
Quanto daquele adolescente ainda temos em nós?
Quanto daquela energia crescente, e desafiadora do mundo ainda salvamos em nossas baterias?
Quando olhamos nossos filhos ou entes queridos, qual será a imagem que eles fazem de nós?
Loucos tarados encachaçados e egoístas?
Pai ou mãe herói?
Todos temos nossas batalhas pessoais
Principalmente quando decepcionamos a nós mesmos, e arrastamos tudo ao nosso redor no vácuo de nossas ações...pensemos a respeito.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Bi polarizando

Meu coração bate apressadamente.
Sinto raiva e angustia.
Pensamentos chegam entrecortados.
Eles vão e vem sem foco.
A Vontade de quebrar todas as barreiras e pessoas no caminho predomina.
Atirar em saraivada.
Bater sem cessar.
Ser constante, um ser errante.
Um Titã furioso e ignorante.

Logo me acalmo e minha cabeça se alivia.
Tento ao máximo ser uma criatura pacífica que acredito ser.
Sempre me questiono.
Sempre tento saber quem eu sou de verdade quando explodo ferozmente sem medir conseqüências...
...sem pensar.
Meu coração agora bate rítmica e confortavelmente.
Busco o equilíbrio.
Sou bom, somos bons.
Não posso, não podemos deixar que nossa personalidade seja maculada pela dura paisagem, por fatos ou pessoas que não nos agradem.
Elas são apenas gado de passagem pela pastagem.
Não se importam com nada além delas mesmas.
Seguem se alimentando de tudo e todos que cruzam seu raio míope de visão.
Mas nunca sabem o real motivo de eventuais infortúnios ao longo da limitada vivencia e não raramente se vêem vitimadas por motivos sem explicação.

Meus pensamentos tornaram-se mais tranqüilos e a raiva é só algo latente na mente.
Serenamente quase durmo bloqueando os sons da selva de concreto e aço.
Imagino que não existem pessoas feias em suas aparentes personalidades egoístas e sou capaz de sorrir com sinceridade nem que seja por um instante.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Aditivo para os olhos

As imagens sempre brotam sem parar na minha mente conturbada.
São formas abstratas, frutos da minha imaginação acelerada.
Meus olhos perdem à todo momento o foco da beleza exagerada na estrada a cada piscada.
São muitos os detalhes que existem no mundo.
E no meu estado moribundo, me sinto poluído e imundo.
Sou o tosco, o reflexo do mundo.

Resolvi por lentes de contato.
E deixar de lado os tons abstratos.
Posso ver cores e formas mais claras em um mundo embaçado.
Vidros estilhaçados.
É bom ver tons diferentes.
Um colorido surpreende, em uma sociedade descrente.
Já me acostumei com as cores frias de nossas vielas
E com a apatia das pessoas que vivem nelas.

Colocar as lentes para ajudar a enxergar, foi como tirar uma película que cobria o olhar.
O irônico foi utilizar um artifício material para enxergar o mundo de uma maneira mais legal.
Mais físico e não tão virtual.
Utilizar de meios para apreciar melhor o que há de se enxergar.
A poeira deu lugar a cores vivas como o azul do céu ou o verde do mar.
E lá se foi o cinza do concreto.
Sinto-me até mais desperto.
Me expando ereto e a preguiça sai de perto. 

Percebi o céu azul infinitamente maior do que as nuvens dispersas no firmamento.
Vi a tonalidade das Iris das pessoas que passavam por mim absortas em pensamentos.
Estava achando que nesta primavera haviam poucas cores, e as raras árvores eram cinzentas.
Entretanto, com as lentes, vejo o tom verdejante das folhas, e a vivacidade das contáveis flores da cidade.
Elas seguem resistindo ao ser destrutivo que é o homem.
Um dia até mesmo estas poucas somem.

Alimento meus neurônios com um pouco disso e me permito ter esperança.
Esqueço-me das coisas negativas e volto a minha atenção para a época que era criança....inspiro e expiro.
Respiro longa e profundamente por diversas vezes.
Renovo o Ar em meu sangue e faço minha própria fotossíntese.
Reforço a fé no que eu já nem sei...
Talvez com esperança possa sonhar.
Por enquanto vou me enganar, não vou gritar e nem esbravejar.
Vou deixar as lentes aqui no mesmo lugar.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Quando tudo for abaixo

Vejo os valores éticos tornando-se rarefeitos.
Acordo e da janela observo a poluição palpável.
Crianças andam a esmo pelas ruas sem um direcionamento concreto e ou quem as resguarde.
Logo cedo o barulho já é ensurdecedor em toda parte.
Degeneração áudio-visual crescente em toda parte.

Como podemos fazer com que tudo entre nos eixos?
O caminho da paz não esta surtindo resultado.
Mas não posso ficar aqui parado.
Vendo o mundo em seu estado já degradado.

Será que teremos que por tudo abaixo?
Explodir as estruturas atuais e começar tudo de novo?
Talvez só assim, possamos então ver o verde emergir do cinza atual.
O cinza que vem não só da paisagem, mas também das pessoas em geral.

Acredito na vida.
Na germinação de pessoas e ideais.
Não nascemos com a nossa índole maculada.
Nós a manchamos ao longo da estrada.
Somos induzidos de maneira subliminar a nos acostumar com as tragédias e os fatos que parecem ser impossíveis de mudar.

Quem sabe se quebrarmos tudo, poderemos, em fim, renascer.
Talvez só desta maneira, consigamos perceber de diversas formas o florescimento de uma nova humanidade.
Teremos enraizado valores que vão além da promiscuidade.
Veremos mais além de simples vantagens unilaterais.
Fortaleceremos nossos ideais como jamais ousamos sonhar.
Esqueceremos o que significa “auto-beneficiar”.
Teremos pessoas mais focadas em não tirar vantagem de tudo e todos.
Poderemos nos doar.
Não teremos medo de errar.
A generosidade será apreciada como qualidade e não como fraqueza.
E o silêncio terá seu valor reconhecido por sua grandeza.

Mas para isto acontecer, será que teremos que acelerar o processo e destruir tudo?
Existe essa necessidade?
Esfacelar todo o verde, todo o concreto, rasgar a carne dos animais rasgar nossa própria
carne em um ato de insanidade?
Temos que chegar ao fundo do posso para escalar de volta até a superfície e encarar a realidade?

E neste processo, o que nos tornaremos em nome de uma teórica verdade?
Talvez a semente já nasça maculada pelo mal e esqueça o significado de ser ter um ideal.
Quem sabe cura nunca venha.
Mas haverá quem intervenha.
A violência será a solução?
O caminho da destruição não pode ser a única opção.
Não posso desistir.
Vejo cenas horrendas em minha mente e tento reprimir.
Será mesmo que temos que quebrar tudo para recomeçar a arte de existir?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Infanto II

Já que vivemos apenas um período curto da vivencia como criança.
O que precisamos é no mínimo esperança.
É justo que vivamos com pleno esplendor.
Por que sofrer previamente com a dor?
Tudo tem seu tempo e sua cor....
E deve ser vivido intensamente sem sofrimento.
Sabemos que a maldade existe.
Não podemos negar que com isso, há quem se excite.
Criança deve ser criança!
Por assim ser, neste curto período de viver.
Claro que quero ver o sorriso sardento, sincero, e sem nenhum adendo.
E claro também nenhuma delas sofrendo.
Talvez apenas isso seja o total do meu curto entendimento.
O resto certamente são apenas nuances para não deixar que o mal os alce.
Pois se perdida a ingenuidade da imaturidade....seremos adultos de verdade.
E adeus a oportunidade de viver sem maldade uma vida de verdade.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Jobs - fim de uma era.


A síntese da mente criativa.
Criar conceitos e transformá-los em matéria.
Fazer parte da história com idéias e ideais, onde a sociedade esta desgastada e trabalha sempre fluindo para a mesmice, é sempre bastante complicado.
A maior parte dos conceitos práticos que utilizamos hoje foi idealizado por alguém, e seguido posteriormente por milhares de outros, seria algo como “o mesmo item” variando a marca e o formato milhões de vezes....clones.
Mesmo travando sua própria luta contra o fim eminente, ainda temos a capacidade de criar quando os neurônios são alimentados corretamente, quando focamos um objetivo....quando somos determinados.
Os resultados nem sempre são tão aparentes, mas ainda assim, estão lá para os poucos que conseguem perceber.

O criador da matriz da matéria se foi.
A grande ironia é que o invólucro do grande criador deixou de existir...mas a matéria criada perdurará.
Talvez ele continue criando, talvez esteja continuando seu trabalho em uma instancia que não consigamos perceber dentro do nosso próprio conceito material.
Vida que segue.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Destrutivo Construtivo

Muitas vezes é necessário desconstruir os personagens ou os fatos, para que no processo de reagrupação das partes, se entenda melhor certas atitudes e conceitos que firmamos ao longo da vivencia.
Negamos externamente e internamente fatos ou ações, que sabíamos intimamente que seriam executadas em um determinado momento de necessidade.
Provocamos distrações em nossas mentes para ganharmos tempo em relação a nós mesmos.
Procuramos assim não pensar no assunto...mas no fim, já sabíamos muito antes, exatamente o que iria acontecer....
Finalmente nos permitimos dar conta de que os pensamentos sempre estiveram intrínsecos em nossas mentes delirantes, consciente ou inconscientemente, até que deixamos transparecer que tudo era uma simples, ou não tão simples assim, questão de autonegação...
Seria preciso apenas uma desculpa boa ou ruim para agirmos.

O conhecimento de cada peça existente em nosso intricado quebra-cabeça de personalidade, que é composto de um milhão de peças miúdas ou mais, tem o papel de nos ajudar a seguir em frente nas melhores e piores oportunidades.
É quase impossível o conhecimento total de si mesmo, visto a infinidade de nuances que temos que considerar, no entanto, quanto mais formos capazes de abstrair o autoconhecimento, melhor.

Mas será mesmo necessário efetuar procedimentos radicais para nos reencontrarmos?
Destruir / Reconstruir?
Se determinada coisa não é da forma que gostaríamos que fosse, a solução é a destruição?
Será que isso explica a guerra e a ignorancia que habita o planeta?
Seguimos em busca de respostas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Onírico.


O pintor Salvador Dalí se induzia a ter alucinações ao se privar de sono por longos períodos. Na foto: escultura em Londres baseada no quadro A Persistência da Memória.

Acordado?
Como posso estar acordado se estou sonhando?
Algumas sensações são tão reais.
Não consigo separar o etéreo do material.
Estar presente
Não estar presente.
Os olhos se abrem e se fecham, as vozes vêm e seguem se completando no vácuo da mente semi-desperta.
Não há fome nem frio.
Sensação de flutuar na agradável água ao sabor da maré.
Tento retomar a consciência, mas os pensamentos se esvaem como que atraídos por alguma gravidade.
Ouço meu nome, estou sonhando?
Novamente o timbre familiar vem ao meu encontro atraindo meus sentidos direcionando meus tímpanos como um imã.
A água em que flutuava de repente se agita, a maré esta mudando, sinto frio e sensação de afogamento.
Abro os olhos e me deparo com a realidade.
Meus pêlos se arrepiam e penso na apnéia que mergulharei nas próximas horas...dias...até que a liberdade chegue novamente em forma de fim de semana.
Sendo assim, é chegado o momento de emergir no que chamamos de trabalho...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Entropia Mental

Vejo você pensativa ou usando palavras ofensivas como uma espada perfurante.
Esgrima verbal?
Talvez você não saiba a dimensão do uso de cada junção de sílabas que salta de seus lábios sem pensar.
E me pergunto.
Com quem você esta falando?

Percebo seu ar triste a cada dia mais consistente.
Sentimentos quase tangíveis nas expressões desenhadas em seu rosto.
Sua atenção esta voltada para uma falsa e forçada concentração.
E me pergunto.
Com quem você esta falando?

Quando para e cruza os braços, seus olhos não conseguem esconder o que se passa em seu coração pesado.
O sorriso sem brilho é esboçado, mas nem de longe é aquele que conheço.
Sua maquiagem borrada torna perceptível o choro recente.
E me pergunto.
Com quem você esta falando?

A comida remexida no prato, o pouco que foi posto não foi consumido.
O copo d’água esta mais cheio do que vazio, no entanto, as bebidas da casa acabaram faz muito tempo.
Você passa noites acordada e dorme durante o dia, suas olheiras transparecem que o sono não foi pleno e restaurador.
E me pergunto.
Com quem você esta falando?

Com quem você esta falando em sua catatonia?
O que você fez que é tão perturbador e você não quer dividir?
Venha, vamos conversar.
Esse seu falso silêncio transborda em uma mente cheia de questões conflitantes.
A sua imersão não ajuda em nada e ainda me atrai para seu abismo pessoal.
E sigo consumindo minha mente com preocupações relativas ao seu bem estar.

Relaxe no meu abraço.
Não precisa dizer nada se não quiser.
Dentro de você há vozes que não se calam.
Desconfio que sejam sons da sua consciência.
Não importa o quanto ela cobre pelos seus atos.
Não importa o quanto ela martele em seu interior inúmeras vezes os mesmos fatos.
Nada mudará o que já aconteceu.
Ficaremos vigilantes e amadurecidos para o futuro.
Estou aqui ao seu lado, pronto para ouvir você.
Fale comigo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Tempo

Aliado ou inimigo?
Sempre seguindo em frente independente do nosso querer.
Conceitos mundanos não são aplicados a esta força natural, não há o bem ou o mal.
És senhor de si.
Irrefreável, constante, oprime e conforta através do seu próprio nome.
Só o que importa é a continuidade.
Seguirá jogando-nos para trás com sua inércia avassaladora.
Sempre em uma só direção.

Em raramente, desejo poder retroceder.
No entanto, quase sempre, o que me acomete realmente é a possibilidade de paralisá-lo.
E desfrutar da estática trazida pelo mundo congelado.
Gostaria muito de ter a disponibilidade para tudo que minha alma anseia.
Dar a devida atenção que o redor merece sem pular detalhes.
Tempo para o tudo.
Tempo para o nada.
Tempo para apreciar de verdade todas as possibilidades que passam por nós tão rapidamente, que nem percebemos o quanto desperdiçamos continuamente.
Continuidade é só o que importa no contexto dele.
Nós é que ficaremos para trás.
Talvez a história nem faça referencia a nós.
Talvez ironicamente sejamos apagados pelo próprio tempo.
Se o tivesse ao meu lado, poderia recobrar as energias, dormir as horas que devo a mim mesmo, ajustar alguns pensamentos.

Reaprenderia algumas coisas que esqueci ao longo do caminho da vivencia.
Em fim, ser mais pleno na arte de existir.

Poderia simplesmente ler um bom livro ou vários.
Curtir a brisa.
Apreciar a paisagem
Amar com mais calma, sem a urgência de viver cada minuto como se fosse o último.
Poderia ser mais tolerante e paciente, afinal teria a eternidade.

Se quisermos realmente vivenciar cada momento, devemos levar a vida tão a sério?

Caminhar sem direção, sem pressa, apenas para admirar os detalhes da criação, o verde infinito do horizonte oceânico, o resplendor do azul celeste salpicado ou não de nuvens brancas.
Entender a beleza refletida na contração das íris alheias a cada percepção que temos do que nos rodeia, seja etéreo ou físico.
Tempo, quanto dele nos resta?
Quanto do que nos cabe, poderemos doar um para o outro?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Bienal

Um mundo de livros e eventos literários na terra de Tão Tão Distante.
Esta é uma excelente oportunidade para quem esta interessado em agregar um algo a mais ao viver; viajar no contexto das palavras e trilhar novos caminhos nas mais diversificadas direções que a mente conseguir materializar organizando os neurônios de forma coerente, ou nem tanto assim.
A bienal do livro dispõe de diversas opções para novos e velhos leitores.
Milhões de sinopses para ler e escolher uma literatura que atraia a atenção.

Em um país hipócrita onde o acesso aos livros é limitado não só pelos elevados valores, mas também pelo tipo de cultura imposta à sociedade, é importante vencer a inércia sempre que possível é dizer não a falsa cultura inserida em nosso meio social.
Revistas fúteis, músicas sem conteúdo, entre outras coisas, são os alicerces que formam a nossa cultura passiva.
Quem lucra com isso?

Precisamos nos esforçar para emergir desta forma de vida que nos é imposta para perpetuar a ignorância e beneficiar uma fatia tão pequena da população, e para isso, o conhecimento é a chave, como este item é infinito para uma só vivencia, quanto mais percebemos o contexto do nosso redor, entendemos um pouco dos valores que formam a nossa opinião e a opinião de outras pessoas, nos conscientizamos cada vez mais do quanto não pleno nós somos.

Não é só o fato de ler ou não.
Mas ocorre que a literatura faz parte de um conjunto de fatores que é posto de lado para que a massa não forme pensamentos, e passe a questionar os absurdos que vemos no dia a dia.
O questionamento é o pensamento em movimento.
A semente da dúvida é o embrião da revolução.
Algumas coisas não são tão normais quanto nos fazem crer ou acostumar.

Quanto mais aprendemos, percebemos a não existência de afirmações, pois há diversos fatores que consolidam uma teoria em verdade ou mentira, sem que uma das partes possa ser totalmente ignorada.
É como yin-yang, o equilíbrio esta em cada lado ter participação na contraparte.
A abstração é um item subjetivo, por tanto permanece em mutação dependendo do ângulo da abordagem de quem propõe um cenário imaginário ou não, e a leitura é o exercício perfeito.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Estamos vivos?

Abro os olhos.
É o fim do transe na forma de sono.
Não sei se dormi, sei que não sonhei.
Percebi apenas um lapso negro e ausência de imagens.
Faço um movimento e emito um grunhido como que reclamando de algo.
Levanto da cama e calço minhas pantufas sujas de sangue.
Caminho até o banheiro e fico lá, estático por alguns minutos.
Tenho que fazer algo, mas não sei bem o que.
Em seguida vou para a porta da rua.
Sigo para a condução com meus passos arrastados, concentrado apenas em caminhar.
Lá encontro uma fila de outros como eu, incorretamente alinhados a espera do sinal para embarcar.
Seremos dirigidos por um outro ser com o papel de fazer o translado de nossos corpos degenerados de um extremo a outro, por puro ato reflexo.
Acomodo-me e entro em catatonia no trajeto.
Levo um encarte e olho as imagens e as letras.
Resíduo de outra vida talvez.
Não consigo formar frases, não consigo entender o sentido contextual do que vejo.
Ausência de consciência.
Tudo apenas passa, sem meu desejo de interferência.
Não foi sempre assim?
Mergulho no breu enquanto sacolejo em acima de amortecedores fodidos e freadas bruscas.
Caos nas ruas.
Não foi sempre assim?
Chego ao escritório, as baratas se afastam ao me verem.
Fico posicionado em frente ao monitor encarando a tela preta.
Pressiono a mesma tecla repetidamente sem emoção.
Apenas aguardando o fim das horas de vida vendida a interesses de terceiros.
Não foi sempre assim?
Eterno transe no cumprimento das obrigações.
Sem festejo, sem reconhecimento, apenas deveres.
Danem-se suas aptidões, sonhos e relações.
Meu estomago diz que é hora do almoço.
Desço e me alimento, gesticulo aos outros que encontro na rua e volto à mesma sala, a mesma posição e a mesma tela preta.
Estado vegetativo.
Coisas sem sentido.
Dia cansativo.
Não foi sempre assim?
A escuridão na janela diz que é hora de voltar.
Últimos movimentos frente ao computador; e o dia estará por acabar.
Retorno fazendo inversamente a rotina diurna sob o luar.
Em casa me alimento de restos guardados.
Coloco uma música, mas por ela não sou alcançado.
Tento ler, mas o sentido do que vejo se esvai.
Nada me prende, mas tudo me atrai.
Coloco minhas pantufas sujas de sangue ao lado da cama
Deito e fecho os olhos, aguardando o amanhecer.
Talvez me pergunte como o próximo dia vai ser.
Mas nem isso eu posso responder.
Não foi sempre assim?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Coma Voluntário

Ela estava calma.
Havia algum tempo que não sentia esta sensação morna de não estar se importando muito com os problemas que se acumulavam em sua vida.
Caminhava lentamente pela rua, imaginava seu destino, mas não tinha pressa alguma de chegar.
Estava sempre correndo, precisava de mais tempo para si mesma.
A boemia acompanhada não era mais tão atrativa.
Ultimamente preferia reunir pensamentos à dispersa-los com os outros.

Deparou-se com um bar convidativo e de repente sentiu súbita sede.
Pediu uma dose de rum com coca e gelo.
Recebeu rapidamente.
Preferia vinho, mas estava muito calor.
Sorveu um bom gole da bebida e estudou o ambiente.
Percebeu que as pessoas ao seu redor tinham um ar solitário, ainda mais do que o normal.
Pensou se ela também não deveria parecer assim para os outros que eventualmente a encaravam.
Sentiu se paranóica.

Quis ouvir boa musica, mas o que passava na tela era inaudível e de aspecto tosco.
Era melhor o silencio parcial.
Pegou em sua bolsa o mp3 e selecionou algo agradável aos seus ouvidos.
Colocou os fones e fez um gesto para o garçom.

Enquanto bebericava pensou no direito que todos deveriam ter de não ser incomodados.
Deveríamos ter uma capa de isolamento acústico e físico, e só permitir a penetração do que fosse agradável aos ouvidos ou ao corpo.
Desta vez ao beber seu semblante se alterou para um aspecto mais malicioso, passou a língua nos lábios e concluiu seu pensamento com um sorriso.

Fones de ouvido e camisinhas devem ser colocados nos buracos certos, desta forma não corremos o risco de incomodar ou sermos incomodados por ninguém.
Fez outro gesto para o garçom enquanto já lhe aflorava outro pensamento arrebatador na mente já não tão morna assim.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ambição do mal

Após um dia exaustivo de trabalho ele estava desejando apenas ir para casa e dormir.
Não iria se poluir com nada além dos obstáculos que já havia enfrentado ao longo de um rotineiro dia.
Não entendia como funcionava o processo lógico que algumas pessoas empregavam para o crescimento.
Essa ambição do mal que tomava conta de alguns não era aceitável para a sua vida.
De onde tiraram que para se ter uma melhor oportunidade ou para se conseguir progredir na escalada profissional, seria necessário usar as pessoas como escada?
Onde estava a ética e a moral?
Tratar bem as pessoas passou a ser um sinal de fraqueza, e não de respeito.
Sinceramente não acreditava que era plenamente recompensador o sucesso obtido desta forma.
O máximo que se poderia conseguir de verdade seria meia dúzia de amigos comprados e um amor financiado.
Sei que não se pode esperar muito das pessoas, mas quando os personagens ganham uma dimensão muito grande e passam a dominar as pessoas, é hora de rever certos conceitos.
Ele acreditava que no momento, o remédio seria água e sabão para limpar e cauterizar os poros das raízes cortadas, por que ele decidiu que o sangue que corre em suas veias não serviria de alimento para nenhum parasita do mal, nem mesmo para os vis pensamentos que se enraizavam em sua mente.
Ele mesmo se sentia poluído muitas vezes, pois se deixava levar pelas situações em que se envolvia sem pensar.
Agora era tarde, o remédio seria amargo, mas traria aprendizagem, para futuras situações.
Desta vez, secaria o corpo cansado e dormiria o sono dos justos.
A ressaca moral ficaria para os outros.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ainda há esperança

Vivemos em um mundo tão banalizado que o normal é sempre esperar algo de ruim de tudo e de todos, muitas vezes, até de nós mesmos.
Ser otimista é um conceito em baixa, embora não devesse ser.
Quando recebo um “boa noite” de um desconhecido acho até estranho.

Ações egoístas ou capitalistas sempre permeiam a nossa sociedade seja qual for o escalão.
Por estes e outros fatores, fui a um evento totalmente descrente.
Sim estou poluído.
Não, não vou desistir em tentar amenizar os efeitos nocivos do veneno da negatividade no meu ser.
Sim, é um conflito eterno.

Sendo desta forma, qual não foi minha surpresa em perceber beleza no evento?
Sentir emoção, vibrar, entender que existe vida pulsante e que se expressa através das ondas sonoras e que deixa seu rastro no mundo para quem quiser acessar.
Transmitir energia em uma sociedade tosca, independente de etnia, credo ou sexo, é um feito magnânimo e merece ser exaltado.

Quantas coisas deixamos de perceber ao nos trancarmos em nosso mundo, quantas criaturas realmente exercem um papel positivo na vida de centenas de outras pessoas, e simplesmente não há divulgação ou propaganda do que é feito.
Correto, não é preciso fazer auto divulgação das ações que tomamos, sejam negativas ou positivas.
É preciso que a obra ganhe vida própria, e exerça seu papel através do caminho da conscientização de cada um, e certamente não deve se tornar popular através do convencimento ou da força.
Mas é claro que uma mãozinha voluntária sempre ajuda. 

O ser humano enquanto criativo, é capaz de produzir os mais belos feitos artísticos e sociais, é capaz de criar as mais belas das artes e encantar os sentidos, no entanto, ultimamente é muito mais notório pelos seus feitos negativos e pela capacidade de destruir tudo que esta ao seu alcance.

A capacidade de imbuir positividade é um feito estrondosamente valioso e não deve ser usado para o mau ou autopromoção, não podemos macular a natureza das coisas que são tidas como realmente boas.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Viajando nas Civilizações

Tendo os Maias, Astecas, Incas e outros povos menos conhecidos alcançado um grau evolutivo absurdamente avançado; fico me perguntando como poderiam ter chegado ao colapso social.
Estes povos simplesmente desapareceram.

Produziram os maiores feitos da engenharia, fizeram previsões astrológicas, muitas delas confirmadas, desenvolveram a escrita de uma forma mais avançada, o calendário, dentre outros feitos que não temos pleno conhecimento.
Sem dúvida pelos estudos feitos, eles estavam muito a frente do seu tempo e não sabemos até onde poderiam ter chegado no ritmo em que estavam.
O grande mistério que ficou foi o seu desaparecimento.
Será que eles decidiram diluir a sociedade em que viviam e se misturaram aos povos menos desenvolvidos para formar um domínio global? (Há muitas teorias sobre sociedades secretas, que o diga Dan Brown)
Até hoje não há uma explicação categórica do que possa ter ocorrido.
Temos apenas dezenas de suposições dos historiadores, mas nada conclusivo.
Talvez eles tenham alcançado um ápice evolutivo soberbo e partiram para uma nova empreitada.
Quem sabe, os descendentes deles não são as pessoas nos bastidores exercendo o domínio social através de mecanismos que de tão sutis nem percebemos?
Eles tiveram centenas de anos para desenvolver e aprimorar estratégias para alcançar um determinado objetivo com engenhosidade e provavelmente não abririam mão de dar prosseguimento em seus estudos e evolução crescente.
Talvez eles tenham descoberto uma verdade maior que abrange tudo globalmente e fizeram o passo final rumo ao desaparecimento da forma que percebemos hoje como realidade tangível.
Se formos partir para a teoria do domínio econômico global, talvez esteja explicado o sistema de castas que ainda impera no mundo, e principalmente no Brasil.
Vai saber quem ou o que move as cordas das marionetes das massas.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tempo de Viver

Um dos bens mais preciosos da humanidade hoje é o tempo.
Precisamos dele para exercer as inúmeras atividades que nos propomos ou somos obrigados a cumprir ao longo dos nossos dias.

A rotina de maior parcela da população é de trabalho cinco dias por semana por dois de folga.
Bom, isso é para os que pensam que são privilegiados, pois há casos bem piores.
Na verdade, mesmo na escala de cinco por dois, o tempo que nos resta é muito pequeno, praticamente irrisório.
Os dias da semana são praticamente inexistentes no que tange o social.
O espaço livre é essencial para o exercício de desfrutar a vida com qualidade.

Imagine que ao chegar em casa depois da jornada de trabalho, e tomar após um bom banho, lhe restam poucas horas para cuidar dos seus interesses, mísero tempo que pode ser quantificado em minutos para voce gastar direcionando sua atenção ao que você realmente preza em fazer quando estiver livre.
Livre? (Livre mas olhando a hora de se recolher, refém)
A não ser que você precise de pouco sono e durma tarde sem sofrer no dia seguinte, o restante do dia útil praticamente acabou, mal da para ver um bom filme ou pegar um cinema, e ou alguma atividade que nos dê prazer.

Somos inquilinos de nossas vidas, trabalhamos horas sem pausa, enfrentamos conduções e condições indignas todos os dias.
E no fim de tudo, nos restam o que? Duas ou três horas?
Somos inquilinos dos nossos lares, passamos menos tempo em casa do que deveríamos, mas o paradoxo esta em justamente trabalhar para manter a estrutura erguida, seja do lar ou de um estilo de vida que pouco temos tempo de usufruir verdadeiramente.

O homem trabalha dezenas de anos em busca de uma aposentadoria miserável, mas o que ele fará aos sessenta e cinco anos de maneira independente e com um mínimo de dignidade?

Sei que o trabalho enobrece, é ele que possibilita alcançarmos nossos objetivos no âmbito material, mas me pergunto se vale mesmo apena passar por tudo isso, durante tanto tempo, se no fim não haverá tempo para o desfrute.

O que faremos ao envelhecer?
Jogar futebol, sair para a boemia, ir ao cinema sem dormir na cadeira?
Claro que não será mais possível; e nossos interesses serão outros.
Curtiremos os netos, e veremos eles trilharem caminhos diferentes rumo ao mesmo destino, enquanto tomamos nossos remédios e fumamos e bebemos escondidos dos nossos filhos ou enfermeiras...viraremos crianças sem vontade própria.

Talvez os indigentes por escolha estejam certos.
Se for para viver miseravelmente, que seja da forma que escolhermos.
E não uma vida inteira com o corpo e o tempo alugados por anos e anos até que se esgarce e espere o fim em uma cadeira qualquer.

Vivamos o presente conscientemente
Alimentemos nossa “ambição do bem”.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Curtindo a brisa

Agina estava estressada.
Passou boa parte da semana ruminando seus rancores.
Por fim não havia outro jeito.
Decidiu que o fim de semana seria só seu.

Rumou para um sítio afastado
Adentrou pelo bosque e caminhou pelas sombras das árvores.
Seu coração pesado começou a ceder.
O sol adentrava pelo vão das folhas na copa das árvores.
Eram raios precisos de calor em direção ao solo.

Ela respirou fundo.
Estendeu uma toalha no chão e deitou-se no solo.
Olhou para o céu de límpido azul entre as folhagens.
O vento impunha suaves e constantes movimentos nas folhas e galhos ao alto.

Fechou os olhos por alguns instantes e deixou o pensamento fluir.
Branco infinito, azul infindável.
Frescor....
Bondade absoluta.

O bem e o mau não existiam naquele momento, somente o sentimento de existir e desfrutar de paz.

Limpou a mente e deixou o mau fluir para o vácuo.
Pensou nas pessoas que desgastaram seus dias.
Analisou as próprias atitudes.
Chegou a conclusão que a vida estava banalizada.

Amor, bondade e amizade estavam perdendo o espaço para a luxúria e o egoísmo....
Abandonou as ponderações e em sua forte imersão desfaleceu sua consciência mesmo sem querer totalmente isso.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sindrome de Copérnico

Às vezes é preciso reconhecer que não somos o centro das atenções.
Podemos chegar eventualmente a determinadas conclusões que podem nos levar a crer nisso, mas a realidade deve ser encarada com frieza para não alimentarmos decepções.
A banalização da amizade e de conceitos morais nos faz substituíveis na maioria dos casos.

Nem tudo que nos cerca tem relação direta conosco, cada criatura segue sua própria trajetória e volta sua atenção para aquilo que lhe convém.
Achar que determinadas situações acontecem por nossa causa, é ser um tanto quanto pretensioso.
É claro que vez ou outra, estaremos inseridos no cerne de importantes questões, e nossa opinião será crucial, ainda mais quando há pessoas que podem não querer assumir determinadas atitudes e responsabilidades inerentes a elas.
No entanto, é preciso ter ciência que o mundo não gira ao nosso redor.
O universo pode até conspirar contra, ou a nosso favor, mas não em função do nosso sentido existencial.

Para estarmos ligados a algo, é preciso mais do que palavras soltas, são necessárias ações efetivas.
É muito importante observar a força contrária que é manifestada no “querer algo”, do lado oposto pode haver um repúdio natural...imãs de polaridades invertidas.
Você é desejado pelo núcleo gravitacional que orbita?
O que sua força de gravidade atrai, para o centro do seu universo?
Quando as pessoas pensam em você qual será a imagem que se projeta?
Talvez sejamos corpos celestes dispersos vagando no vácuo do espaço sideral....
Mas o universo esta sempre em expansão, novas estrelas nascem todos os dias, pode ser que em um determinado momento, ocorra uma justa posição de fatores que resulte em uma galáxia inteira só sua...será?
Vai ver que é melhor ter um satélite natural, 100% dedicado a você, mesmo quando você não esta muito atento aos eventos que lhe cerca..