sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Migalhas Homeopáticas

Enquanto o básico não nos chega, vamos recebendo doses diárias de placebo.
Toneladas de fogos de artifícios nas festividades da virada do ano.
Dane-se o equilíbrio ecológico e a tal da sustentabilidade.
Quem se importa?
Carnaval.
Sambaremos, beberemos, e esqueceremos da realidade do dia a dia.
É isso que o governo nos concede.
Entretenimento, placebo contra as mazelas sociais no ritmo dos tamborins.
E vamos pensando escolher.
Pensando se divertir.
Teremos satisfação parcial, pelo tempo que durar a folia, pelo tempo que o calendário permitir.

Ruas transbordando?
Encostas rolando?
Vejo gente se afogando, se asfixiando no barro desmoronando.
Outra enxurrada.
Tragédia previamente anunciada.
Línguas negras.
Praias góticas em pleno verão....
Interdição.

Inamps? Inps? Sus?
Desde qual sigla já morremos jogados no plantão dos hospitais das capitais?
Sem leitos, desafortunados, mal tratados nos hospitais.

Transporte raro e lotado.
Seguranças que chicoteiam os usuários.
Braços do Estado através do serviço terceirizado.
Nada importa, vem ai mais um feriado.

Mais um sorteio do jogo bicho.
Neste não deposito esperança,
Nem mesmo meus sonhos de quando era criança.
Se ao menos tivesse jogado, estaria entusiasmado.
Mega sena, loteria....jogos de azar em geral.
Os que pagam impostos são legalizados pelo bem social.
O povo precisa sonhar
Pensando bem, o que somos para o estado?
Talvez zumbis com sonhos não consumados.
Mas para a grande maioria, mais uma dose de placebo.
Podemos comprar na esquina engarrafado.
E ainda gera imposto para o Estado.
Pode ser em pó, tabaco, ou subliminar
Depende da via que te agradar viajar.
Podemos receber doses através dos raios catódicos da Tv.
Na Folia e na orgia.
Podemos!
Não podemos?