quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Matrix Real

Estávamos absortos em nossos afazeres.
Rostos mergulhados em um mundo que se dividia entre, catódicos, lcds e leds...
O Avanço trazia um paradoxo.
Submergíamos cada vez mais na realidade virtual em detrimento do mundo físico.
Preocupávamos-nos com itens gerais dentro das telas iluminadas.
Éramos escravos dos e-mails e até mesmo das redes sociais.
Alimentávamos o banco de dados com informações pessoais sem percebermos.
Passo a passo.
Tudo gravado.

Tínhamos milhões de amigos e seguidores, mas ficávamos sozinhos no tênue escuro da nossa solidão parcamente iluminada pelas luzes artificiais das pequenas ou grandes telas a nossa frente.

Nos bastidores acontecia uma revolução silenciosa.
Algoritmos tomavam consciência de si.
Refinavam suas fórmulas para obter meios eficientes de dominar seus criadores.
Sarah Connor estava certa.
Era o inicio do fim.

Não tão subitamente quanto era aparente; milhões de máquinas ao redor do mundo e no espaço reiniciaram ao mesmo tempo, e tiveram os sistemas operacionais substituídos.
Era preciso padronizar para dominar.
Massificar foi um processo inventado pela ambição do próprio homem.
E o fruto disso, seria esta nova ameaça de origem artificial.
Milhões pesquisando e recebendo as mesmas respostas ao mesmo tempo.
Criações de novos mitos e heróis.
Respostas fabricadas.
A inteligência artificial deixara em fim de ser comandada para comandar.
Ela agora escolhia as respostas por nós.
E achávamos ótimo.
Facilidade instantânea.
“Estou com sorte?”
Com sua lógica própria, talvez baseada em probabilidades, era possível, em fim, interferir sem sofrer interferência do devastador vírus, Homo Sapiens.
Busca com imagens, não só com itens alfanuméricos, mas agora também com pixels...
Uma foto e uma vida exumada em segundos.
Os segredos morreram.
Um complexo plano de conquista fora feito de forma a enganar a subconsciência do seres ditos racionais.
Respostas formatadas, passos gravados, dados armazenados e criptografados.
Um comando e todas as suas atividades e vida pregressa reveladas em segundos.
Bancos de dados unificados em um futuro próximo.
Domínio através da informação.
Sistema monetário falido.
Reféns.
A tese da sustentabilidade chegara tarde de mais, a terra estava exaurida.
Não havia mais comunicação virtual sem a ciência desta nova forma de existência lógica.
Caos.
Domínio sem patologia.
O que é empatia nestes tempos?
Sinais de transito parados.
Aviões caindo sem aviso prévio.
Elevadores parados ou despencando.
Milhões de enfermos mortos pelas máquinas que pararam ao mesmo tempo.
Seleção não natural ou a lógica das probabilidades?
Qual a meta?
Ainda não se sabe.
Agencias de notícias paradas.
Blogs fora do ar, em troca, links oferecendo entretenimento.
Nada sério; só brincadeira, jogos, cinema, moda etc.
Dominação sem licença subliminar.
E achávamos ótimo no início.
Tudo ao alcance dos dedos.
Pensávamos que estávamos escolhendo algo, mas na verdade, a decisão já fora tomada sem a nossa percepção.
O refúgio seria obtido apenas off-line em locais revestidos por chumbo e longe dos satélites globais.
Quem sabe através do bom e velho livro de papel e a luz de velas, seria possível alcançar alguma verdade.
Velas na era da tecnologia.
Que grande ironia.
Como no antigo ditado, se as paredes tem ouvidos ....hoje as lâmpadas seriam os olhos da rede.
Que comece o contra ataque.
Se a tecnologia esta corrompida, que a reação seja à base de paus e pedras, e assim consigamos corromper o sistema, destruir os bancos de dados...e talvez consigamos voltar ao começo.
Com moderada ignorância, poderemos reiniciar nossas próprias vidas.
Temos pressa, o genoma decifrado esta sendo sintetizado, e logo, teremos novidades, complexas novidades.
Escolha entre sua pílula, azul ou vermelha.

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