segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Entropia Mental

Vejo você pensativa ou usando palavras ofensivas como uma espada perfurante.
Esgrima verbal?
Talvez você não saiba a dimensão do uso de cada junção de sílabas que salta de seus lábios sem pensar.
E me pergunto.
Com quem você esta falando?

Percebo seu ar triste a cada dia mais consistente.
Sentimentos quase tangíveis nas expressões desenhadas em seu rosto.
Sua atenção esta voltada para uma falsa e forçada concentração.
E me pergunto.
Com quem você esta falando?

Quando para e cruza os braços, seus olhos não conseguem esconder o que se passa em seu coração pesado.
O sorriso sem brilho é esboçado, mas nem de longe é aquele que conheço.
Sua maquiagem borrada torna perceptível o choro recente.
E me pergunto.
Com quem você esta falando?

A comida remexida no prato, o pouco que foi posto não foi consumido.
O copo d’água esta mais cheio do que vazio, no entanto, as bebidas da casa acabaram faz muito tempo.
Você passa noites acordada e dorme durante o dia, suas olheiras transparecem que o sono não foi pleno e restaurador.
E me pergunto.
Com quem você esta falando?

Com quem você esta falando em sua catatonia?
O que você fez que é tão perturbador e você não quer dividir?
Venha, vamos conversar.
Esse seu falso silêncio transborda em uma mente cheia de questões conflitantes.
A sua imersão não ajuda em nada e ainda me atrai para seu abismo pessoal.
E sigo consumindo minha mente com preocupações relativas ao seu bem estar.

Relaxe no meu abraço.
Não precisa dizer nada se não quiser.
Dentro de você há vozes que não se calam.
Desconfio que sejam sons da sua consciência.
Não importa o quanto ela cobre pelos seus atos.
Não importa o quanto ela martele em seu interior inúmeras vezes os mesmos fatos.
Nada mudará o que já aconteceu.
Ficaremos vigilantes e amadurecidos para o futuro.
Estou aqui ao seu lado, pronto para ouvir você.
Fale comigo.

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