quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Quando tudo for abaixo

Vejo os valores éticos tornando-se rarefeitos.
Acordo e da janela observo a poluição palpável.
Crianças andam a esmo pelas ruas sem um direcionamento concreto e ou quem as resguarde.
Logo cedo o barulho já é ensurdecedor em toda parte.
Degeneração áudio-visual crescente em toda parte.

Como podemos fazer com que tudo entre nos eixos?
O caminho da paz não esta surtindo resultado.
Mas não posso ficar aqui parado.
Vendo o mundo em seu estado já degradado.

Será que teremos que por tudo abaixo?
Explodir as estruturas atuais e começar tudo de novo?
Talvez só assim, possamos então ver o verde emergir do cinza atual.
O cinza que vem não só da paisagem, mas também das pessoas em geral.

Acredito na vida.
Na germinação de pessoas e ideais.
Não nascemos com a nossa índole maculada.
Nós a manchamos ao longo da estrada.
Somos induzidos de maneira subliminar a nos acostumar com as tragédias e os fatos que parecem ser impossíveis de mudar.

Quem sabe se quebrarmos tudo, poderemos, em fim, renascer.
Talvez só desta maneira, consigamos perceber de diversas formas o florescimento de uma nova humanidade.
Teremos enraizado valores que vão além da promiscuidade.
Veremos mais além de simples vantagens unilaterais.
Fortaleceremos nossos ideais como jamais ousamos sonhar.
Esqueceremos o que significa “auto-beneficiar”.
Teremos pessoas mais focadas em não tirar vantagem de tudo e todos.
Poderemos nos doar.
Não teremos medo de errar.
A generosidade será apreciada como qualidade e não como fraqueza.
E o silêncio terá seu valor reconhecido por sua grandeza.

Mas para isto acontecer, será que teremos que acelerar o processo e destruir tudo?
Existe essa necessidade?
Esfacelar todo o verde, todo o concreto, rasgar a carne dos animais rasgar nossa própria
carne em um ato de insanidade?
Temos que chegar ao fundo do posso para escalar de volta até a superfície e encarar a realidade?

E neste processo, o que nos tornaremos em nome de uma teórica verdade?
Talvez a semente já nasça maculada pelo mal e esqueça o significado de ser ter um ideal.
Quem sabe cura nunca venha.
Mas haverá quem intervenha.
A violência será a solução?
O caminho da destruição não pode ser a única opção.
Não posso desistir.
Vejo cenas horrendas em minha mente e tento reprimir.
Será mesmo que temos que quebrar tudo para recomeçar a arte de existir?

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