quinta-feira, 2 de junho de 2011

Então...

Angina virou à esquerda.
Já era madruga e não estava disposta a variar o caminho.
Ziguezagueava de braços dados com o seu alcoolismo tentando afogar a torrente de problemas que a perseguia ultimamente.
Focava unicamente o destino pretendido e possível naquele momento.
Rumava para o lar, o refúgio em que se curava das mais vis loucuras do ser autodestrutivo que se tornou, lá isolada do mundo, era o lugar onde reagrupava os pensamentos para seguir em frente dia após dia, decepção após decepção.

Sua cabeça e corpo estavam em estado lastimáveis.
A degradação era mais visível nos últimos meses.
Estava em rota de colisão com a sociedade e consigo mesma.
Angina não se encaixava mais em nenhum perfil social, todas as suas decisões resultavam em mais problemas.
Louca e paranóica se via submergindo na areia movediça da soma de seus atos...

Alternava momentos extremos de lucidez e embriaguez enquanto caminhava.
Sentia vontade de chorar e ao fungar sorria...estava perdida entre as escolhas que fez e percebia o futuro incerto a sua frente.
No horizonte havia apenas escuridão, e todos os caminhos possíveis em sua mente conturbada conduziam ao breu.
Só lhe restava aguardar o amanhecer e renovar as esperanças de uma vida mais justa e menos ingrata e sufocante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário