sexta-feira, 10 de junho de 2011

Estágio Contínuo

Mãos nos bolsos, punhos cerrados.
Caminhava de cabeça baixa em meio à chuva torrencial que caia sobre sua cabeça, tinhas os pés encharcados e a visão turvada pelo mau tempo.
Enquanto seguia seu caminho pensava nos ciclos.
Perguntava-se onde começava e onde terminava cada um.
Será que havia realmente começo e fim?
Tudo parecia estar no meio de algum processo, e não no início ou no término.
A chuva começa quando os pingos se precipitam ou quando ocorre a evaporação?
Mesmo sendo denominado ciclo, podemos apenas afirmar que há estágios contínuos de mutação...e nós não somos diferentes disto, pelo menos não deveríamos ser.
Mas alguns estão congelados no tempo, envelhecem cronologicamente, mas as mentes permanecem estagnadas.

Talvez a queda da chuva não seja somente o início de algo.
Em outra instância, quem sabe seja a garantia de que haverá continuidade, perpetuação.
Como uma roda que sem pontos específicos em seus 360 graus, apenas faz o movimento continuo girando sobre seu eixo, sem começo, sem término.
Quem sabe o fim não seja afinal um encerramento de atividades, pode ser que seja apenas uma modificação dos conceitos da forma que entendemos hoje.
Frutificação de uma cadeia de eventos que já vinham se desenvolvendo muito antes de nos darmos conta de sua existência e ou função no equilíbrio das coisas.
A natureza não é boa nem má...ela busca apenas o equilíbrio, e em tese, somos seres naturais em busca do mesmo.
Somos o resultado de uma cadeia genética evolutiva, que vem se consolidando geração a após geração até o momento atual.
Somos o passado, o presente o futuro...o produto de avanços, também de alguns retrocessos pessoais; erros resultantes da busca pelo pêndulo certo na balança existencial.
Vamos prosseguindo em nosso caminho, com a roupa encharcada por ruas escuras, sem noção do que nos aguarda na próxima esquina, apenas seguindo dentro da tempestade das ruas alagadas das avenidas do nosso destino.

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