quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tempo de Viver

Um dos bens mais preciosos da humanidade hoje é o tempo.
Precisamos dele para exercer as inúmeras atividades que nos propomos ou somos obrigados a cumprir ao longo dos nossos dias.

A rotina de maior parcela da população é de trabalho cinco dias por semana por dois de folga.
Bom, isso é para os que pensam que são privilegiados, pois há casos bem piores.
Na verdade, mesmo na escala de cinco por dois, o tempo que nos resta é muito pequeno, praticamente irrisório.
Os dias da semana são praticamente inexistentes no que tange o social.
O espaço livre é essencial para o exercício de desfrutar a vida com qualidade.

Imagine que ao chegar em casa depois da jornada de trabalho, e tomar após um bom banho, lhe restam poucas horas para cuidar dos seus interesses, mísero tempo que pode ser quantificado em minutos para voce gastar direcionando sua atenção ao que você realmente preza em fazer quando estiver livre.
Livre? (Livre mas olhando a hora de se recolher, refém)
A não ser que você precise de pouco sono e durma tarde sem sofrer no dia seguinte, o restante do dia útil praticamente acabou, mal da para ver um bom filme ou pegar um cinema, e ou alguma atividade que nos dê prazer.

Somos inquilinos de nossas vidas, trabalhamos horas sem pausa, enfrentamos conduções e condições indignas todos os dias.
E no fim de tudo, nos restam o que? Duas ou três horas?
Somos inquilinos dos nossos lares, passamos menos tempo em casa do que deveríamos, mas o paradoxo esta em justamente trabalhar para manter a estrutura erguida, seja do lar ou de um estilo de vida que pouco temos tempo de usufruir verdadeiramente.

O homem trabalha dezenas de anos em busca de uma aposentadoria miserável, mas o que ele fará aos sessenta e cinco anos de maneira independente e com um mínimo de dignidade?

Sei que o trabalho enobrece, é ele que possibilita alcançarmos nossos objetivos no âmbito material, mas me pergunto se vale mesmo apena passar por tudo isso, durante tanto tempo, se no fim não haverá tempo para o desfrute.

O que faremos ao envelhecer?
Jogar futebol, sair para a boemia, ir ao cinema sem dormir na cadeira?
Claro que não será mais possível; e nossos interesses serão outros.
Curtiremos os netos, e veremos eles trilharem caminhos diferentes rumo ao mesmo destino, enquanto tomamos nossos remédios e fumamos e bebemos escondidos dos nossos filhos ou enfermeiras...viraremos crianças sem vontade própria.

Talvez os indigentes por escolha estejam certos.
Se for para viver miseravelmente, que seja da forma que escolhermos.
E não uma vida inteira com o corpo e o tempo alugados por anos e anos até que se esgarce e espere o fim em uma cadeira qualquer.

Vivamos o presente conscientemente
Alimentemos nossa “ambição do bem”.